Recife anuncia Carnaval 2026 com 3 mil atrações, homenagens e economia bilionária
João Gomes, Liniker, Lenine, Ludmilla, Mãe Carmen Virgínia e o centenário Madeira do Rosarinho puxam a festa que deve movimentar R$ 2,7 bilhões
Com informações de Luciana Queiroz
O Recife abriu a porta do carnaval antes da hora. No Paço do Frevo, a manhã começou com clarins imaginários e uma pergunta repetida em cada corredor: quem são as atrações? A curiosidade, que vinha do turista ansioso ao produtor atento, tinha uma resposta à altura da festa.
O prefeito João Campos (PSB) anunciou parte da programação do Carnaval 2026, que chega com mais de 3 mil apresentações e um recado claro: a cidade quer celebrar grande, com identidade, tecnologia e história.
João Gomes, que arrebata multidões, está confirmado. Liniker também. Lenine volta como homenageado. Ludmilla entra na lista dos grandes palcos. E, ao lado deles, o que sustenta a espinha dorsal do evento: 98% dos shows serão de artistas locais, garantindo que o carnaval continue sendo produzido pelas mãos que o entendem desde o nascimento.
Os grandes nomes que puxam a folia
A lista anunciada por João Campos inclui Alceu Valença, Iza, Alok, Elba Ramalho, Priscila Senna, Raphaela Santos, Jota.Pê, Mestrinho, Loki, João Gomes e muitos outros nomes que serão distribuídos pelos 50 polos da capital.
Ainda assim, o prefeito foi direto: “São mais de 3 mil apresentações, não tem como saber todas de cabeça. Mas a gente vai ter um Carnaval com a força da nossa cultura. Recebendo grandes nomes. No total, 98% das apresentações são de artistas locais. E a gente recebe nomes de fora também. Vai ser uma grande festa”, disse.
A festa começa antes: a Subida do Galo será na quarta-feira, 11 de fevereiro, acendendo as luzes que anunciam o sábado de Zé Pereira. "É a apoteose do Carnaval", frisou o prefeito.
A abertura oficial do carnaval está marcada para quinta (12) e segue até a Quarta-feira de Cinzas. Os polos descentralizados, como sempre, espalham carnaval por bairros e comunidades — cultura como ponto de encontro.
Por que Madeira do Rosarinho, Lenine e Mãe Carmen são símbolos de 2026
A escolha dos homenageados pareceu costurada a três fios: tradição, música e ancestralidade.
O Madeira do Rosarinho, que completa 100 anos, chega como bloco centenário — e com a letra de Capiba como guardiã dessa história.
Lenine, filho do Recife e vencedor de prêmios internacionais, representa a força musical da cidade.
Mãe Carmen Virgínia, referência dos afoxés, traz para o centro da festa a força das mulheres negras e da cultura ancestral que sustenta o carnaval pernambucano há séculos.
“A gente junta os três para mostrar a cara do Recife”, resumiu João Campos.
A festa que emprega, movimenta e transforma
O prefeito também reforçou o outro lado do carnaval: o que se constrói longe dos palcos. A expectativa é de R$ 2,7 bilhões movimentados, 3,5 milhões de visitantes e 98% de ocupação hoteleira.
Com isso, a cidade deve gerar mais de 60 mil oportunidades de trabalho, formais e informais.
“Mesmo quem não está na folia sente o benefício”, disse João Campos.
Tecnologia, inovação e blocos do Rio aprendendo com o Recife
Veja as novidades que chegam para 2026
Uma das surpresas do anúncio foi a presença de um tradicional espaço do Rio de Janeiro — uma casa que mapeia carnavais de rua de todo o Brasil — agora instalada dentro do carnaval recifense. E mais: o icônico Cordão da Bola Preta virá ao Recife “competir” com o Galo. O prefeito riu: “A gente vai ganhar de muito”.
O carnaval também será “do futuro”. Um aplicativo dentro do Conecta Recife vai permitir montar agendas personalizadas, localizar serviços, palcos, alimentação e áreas de saúde — um mapa vivo da folia.
Marrom Brasileiro canta o Recife e fala do amor que move a festa
No final da entrevista, o prefeito sugeriu uma palhinha ao cantor que sacode a capital com “A cidade vai tremer, a galera vai suar”. Marrom sorriu, respirou e tambem entregou Recife em versos, a pedidos do prefeito:
“Recife, meu amor, por onde eu for, sempre estarás comigo. Recife, meu amor, és minha casa, meu sagrado abrigo.”
E seguiu:
“Cultura vem de culturar. Não existe, não vai existir nunca, um grande carnaval como esse que está sendo feito e que eu tenho certeza que esse ainda será melhor o deste ano, enquanto a gente, culturalmente, no presente, projetar o nosso futuro sem deixar de olhar para o nosso passado.”
Pediram outra, disse a repórter Luciana Queiroz. Marron brincou, improvisou e anunciou uma inédita para o Galo, mas sem dar spoiller:
“Levanta meu galinho, que se prepara, que vem aí para arrebentar.”
E antes de sair, deixou o recado que resume o espírito da festa:
“Gente, abra o seu coração, seus braços, recebam as pessoas. Isso é o que Recife é. Essa cidade que recebe bem. Eu acho que essa é a grande diferença que a gente tem para as demais localidades no mundo. Essa coisa dessa receptividade, desse amor e desse calor humano.”
Comentários