Zumbido, dor e sensibilidade: Novembro Laranja expõe alerta em Pernambuco
Campanha reforça diagnóstico precoce e tratamento de sintomas que afetam milhões de brasileiros
O som constante de um apito, chiado ou zumbido que parece não ter fim. Para milhões de brasileiros, essa é uma realidade diária que interfere no sono, na concentração e até nas relações pessoais.
Durante o mês de novembro, o país se une na campanha Novembro Laranja, movimento de conscientização sobre o zumbido, a misofonia e a hiperacusia, sintomas auditivos que impactam significativamente a qualidade de vida e que merecem atenção médica especializada.
De acordo com Dr. Francisco de Biase, médico otorrinolaringologista do Hospital Santa Luzia, os sintomas costumam ser subestimados pelos pacientes, o que retarda o diagnóstico e agrava o quadro.
“Muitos acreditam que o zumbido é algo normal da idade ou que não tem tratamento, mas isso é um mito. Quanto antes o paciente busca ajuda, maiores são as chances de controlar o sintoma e evitar impactos emocionais e sociais Dr. Francisco de Biase, médico otorrinolaringologista
Misofonia e hiperacusia ganham espaço na campanha
Com o passar dos anos, o movimento ganhou força e, desde 2017, passou a incluir também a misofonia, que se caracteriza pela intolerância a sons repetitivos de baixa intensidade, como o barulho de mastigação ou o clique de uma caneta, e a hiperacusia, definida como a sensibilidade exagerada a sons comuns do dia a dia. Embora diferentes entre si, essas condições têm em comum o fato de afetarem o bem-estar físico e emocional, podendo levar à ansiedade, isolamento social e queda de desempenho no trabalho ou nos estudos.
Números que acendem o alerta global
De acordo com dados publicados em fevereiro de 2025 pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), mais de 5% da população mundial necessita de reabilitação para tratar a perda auditiva incapacitante. A projeção é de que, até 2050, mais de 700 milhões de pessoas, ou 1 em cada 10 habitantes, vivam com algum grau de perda auditiva grave.
No Brasil, segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, cerca de 28 milhões de pessoas convivem com o zumbido — um sintoma que afeta diretamente a qualidade de vida e reforça a necessidade de campanhas contínuas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento especializado.
Tratamentos possíveis e prevenção
O tratamento pode envolver desde terapias sonoras e uso de próteses auditivas até acompanhamento multidisciplinar com fonoaudiólogos e psicólogos. Segundo Dr. Francisco, a orientação é sempre procurar avaliação profissional diante de qualquer alteração auditiva.
“A prevenção ainda é o melhor caminho. Evitar o uso excessivo de fones de ouvido em volume alto, cuidar da alimentação e realizar exames auditivos periódicos são atitudes simples que fazem diferença a longo prazo”, reforça o otorrino.
Combate ao estigma e acesso à informação
O Novembro Laranja reforça, ainda, a importância de combater o estigma de que “não há o que fazer” diante desses sintomas. A campanha incentiva o diálogo, o acesso à informação e a busca por atendimento especializado, mostrando que há, sim, caminhos para o alívio e a melhora da qualidade de vida.
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