Psicólogo explica exame que despertou curiosidade após série “Tremembé”
Vicente Melo, explica que o teste é amplamente utilizado em perícias judiciais, processos criminais e avaliações clínicas
A exibição do Teste de Rorschach, também conhecido como Teste das Manchas ou Borrão, na série “Tremembé”, que aborda o caso de Suzane von Richthofen, despertou a curiosidade do público sobre o funcionamento e a aplicação de testes psicológicos em contextos judiciais e clínicos.
O psicólogo e professor do curso de Psicologia da Estácio, Vicente Melo, explica que o teste é amplamente utilizado em perícias judiciais, processos criminais e avaliações clínicas.
“O Teste de Rorschach é um teste projetivo, composto por dez lâminas com manchas, que permite identificar traços de personalidade e aspectos inconscientes do indivíduo. Apesar de parecer simples, é um instrumento complexo e difícil de ser manipulado, com milhares de possibilidades de interpretação”, destaca o psicólogo.
Vicente lembra que, na prática profissional, o Teste do Borrão é apenas um dos instrumentos utilizados em uma bateria de avaliação psicológica.
“Toda avaliação deve envolver entrevistas, testes e questionários. Não utilizamos apenas um método, mas um conjunto de instrumentos para compreender o indivíduo de forma ampla”, explica.
Alerta para testes psicológicos na internet
O psicólogo também chama atenção para o uso indevido de testes psicológicos em ambientes não controlados, como redes sociais e plataformas digitais.
“Esses testes são de uso exclusivo de profissionais devidamente habilitados. Qualquer tentativa de aplicação sem supervisão pode gerar interpretações equivocadas e até consequências prejudiciais”, alerta Vicente Melo.
Ele ressalta ainda a importância do sigilo e da ética profissional no uso desses materiais.
“O vazamento ou a exposição indevida das pranchas invalida o teste, tornando-o não mais utilizável. Por isso, somos extremamente rigorosos quanto à sua preservação”, reforça.
Além do Rorschach, outros instrumentos são aplicados em diferentes contextos, como concursos públicos, seleções organizacionais e acompanhamento clínico, para avaliar aspectos como atenção, inteligência e personalidade.
Para quem busca autoconhecimento ou suporte emocional, Vicente orienta que o caminho mais seguro é procurar um psicólogo.
“Somente um profissional qualificado pode aplicar e interpretar testes de maneira ética e técnica, promovendo um processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal com base científica”, conclui.
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