Prisão de Bolsonaro provoca forte repercussão na bancada de Pernambuco
Reação de senadores e deputados expõe polarização em Pernambuco após prisão do ex-presidente
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes por volta das 6h30 deste sábado, repercutiu imediatamente entre parlamentares de Pernambuco e expôs, mais uma vez, a profunda divisão política na bancada federal. Senadores e deputados se manifestaram ao longo da manhã, ora defendendo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ora classificando o episódio como perseguição e injustiça.
SENADORES REAGEM AO STF
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi um dos primeiros a comentar a prisão. Ele afirmou que a medida atende à necessidade de manter a ordem pública e acompanha um padrão de conduta reiterado do ex-presidente, a quem tratou de “Criminoso contumaz!”
“O ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Bolsonaro após comprovação de que ele tentou violar a sua tornozeleira eletrônica. Suspeita era de que ele tentaria fugir durante vigília organizada pelo filho, Flávio Bolsonaro”, declarou.
A senadora Teresa Leitão (PT-PE) adotou um tom mais contido, mas celebrou a decisão do STF.
“Bolsonaro é preso. A prisão é preventiva e foi solicitada pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal. Grande dia!”, registrou.
LÍDER DO PSB NA CÂMARA VÊ ‘REFÉM DO CAOS’
O deputado Pedro Campos (PSB-PE), líder do PSB na Câmara, afirmou que a prisão é resultado das próprias ações do ex-presidente e das articulações de sua família.
“Bolsonaro foi preso preventivamente e, mais uma vez, por culpa dele e da sua família. Enquanto aliados fogem do Brasil, Flávio convocou as pessoas para irem à porta da casa e Bolsonaro violou a tornozeleira às 0h08. Quem vive de criar caos, um dia vira refém dele”, criticou.
BOLSONARISTAS FALAM EM INJUSTIÇA E PERSEGUIÇÃO
Entre os parlamentares bolsonaristas de Pernambuco, o tom foi de indignação. O deputado Coronel Meira (PL-PE) não opinou diretamente, mas divulgou a versão apresentada por Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente, que gravou um vídeo logo após a prisão.
Renato lamentou o caráter sigiloso da operação e classificou o episódio como mais um capítulo de injustiça.
“É o selo, a conclusão da injustiça que está acontecendo em nosso país. Um presidente que sempre honrou seu juramento, que lutou pelo povo brasileiro, que não cometeu nada, sendo preso”, afirmou no vídeo reproduzido pelo parlamentar.
A deputada Clarissa Tércio (PL-PE) também criticou a decisão de Moraes, apontando o que chamou de “escalada autoritária” do Judiciário.
“Moraes determina a prisão preventiva de Alexandre Ramagem, mais um capítulo dessa escalada autoritária que transforma divergência política em motivo de cadeia”, escreveu.
Segundo ela, “corruptos, criminosos e aliados do governo continuam soltos, debochando da justiça”, enquanto opositores são punidos.
“Isso não é democracia. Isso é vingança política travestida de legalidade”, acrescentou.
O deputado Pastor Eurico (PL-PE) classificou a prisão como uma das maiores injustiças da história recente.
“O Brasil vive hoje uma das maiores injustiças de sua história, mas nós não desistiremos de nosso país. Não nos entregaremos. Seguimos firmes, com fé, coragem ao lado de quem lutou por nós”, afirmou.
CASO SEGUE NO STF
A prisão preventiva foi decretada após a Polícia Federal relatar ao STF que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica às 0h08 da madrugada, movimento que levantou suspeitas de fuga durante uma vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro. A decisão de Moraes destacou o risco à ordem pública e a necessidade de impedir novas tentativas de obstrução.
A repercussão em Pernambuco deve se intensificar nos próximos dias, à medida que o Supremo avance na análise dos autos e a defesa do ex-presidente apresente manifestações. Enquanto isso, o episódio reacende o clima de polarização entre os parlamentares do Estado e projeta novos embates no Congresso.
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