Suzano vai produzir 1 milhão de rolos de papel por dia no ES
Empresa inaugurou em Aracruz fábrica de papel tissue, para uso pessoal, como toalha e higiênico. Mercadoria irá para o Sudeste e Centro-Oeste
A Suzano inaugurou oficialmente sua fábrica de papel tissue — para uso pessoal, como papel higiênico, toalha e guardanapo — em Aracruz.
O empreendimento terá, em seis meses, capacidade para produzir 1 milhão de rolos por dia, e completa a cadeia de produção da empresa no Espírito Santo, que vai desde a plantação do eucalipto e a produção de celulose até o papel pronto.
O projeto é parte de um investimento de R$ 1,17 bilhão. Além dos R$ 650 milhões na fábrica, foram aplicados R$ 520 milhões em uma moderna caldeira de biomassa.
A nova fábrica terá capacidade para 60 mil toneladas por ano, destinadas majoritariamente à Região Sudeste do País e também ao Centro-Oeste. Metade do volume dela será convertido na própria unidade Aracruz; as 30 mil toneladas restantes seguirão para Cachoeiro.
Dotada de tecnologia italiana, a nova planta reduz deslocamentos de bobinas, que antes vinham do sul da Bahia e do Maranhão, diminuindo custos logísticos e emissões associadas ao transporte.
O vice-presidente-executivo de Bens de Consumo da Suzano, Luís Bueno, destacou, na cerimônia de inauguração, os ganhos operacionais e ambientais: “Com uma fábrica de papel dentro de uma planta de celulose, reduzimos o transporte e o consumo energético, aproveitando a infraestrutura existente”.
A fábrica de Aracruz é a sétima unidade de bens de consumo da Suzano. Com ela, a empresa aumenta para 340 mil toneladas/ano a sua capacidade instalada no setor tissue, cujo mercado no Brasil é de 1,4 milhão de toneladas anuais.
Na cerimônia, o governador Renato Casagrande destacou como poder público e iniciativa privada podem atuar em parceria para promover segurança e confiança para investimentos, criar empregos e fortalecer a economia local.
O vice-governador Ricardo Ferraço enalteceu a economia capixaba e o quadro de pleno emprego, com desemprego em 2,6%.
Já o CEO da Suzano, Beto Abreu, destacou que o projeto foi realizado dentro do prazo e do orçamento e elogiou a gestão do Estado, no aspecto fiscal e desenvolvimentista:
“É importante lembrar que a taxa líquida de investimento no Estado é comparável à de Cingapura e à da China. Isso demonstra condições econômicas favoráveis para atrair investimentos desse porte”.
Nova caldeira reduz uso de diesel e emissões
Além da fábrica, faz parte do investimento bilionário da Suzano a nova caldeira de biomassa em Aracruz. O CEO da companhia, Beto Abreu, frisou que, antes da caldeira entrar em operação, a unidade consumia 17 toneladas de diesel por tonelada de celulose produzida.
“Entrou a produção, esse número já caiu para 6, e isso ainda vai chegar ao ápice. Então, esse é o tipo de impacto no meio ambiente que esse investimento gera”.
O diretor industrial José Alexandre detalhou que a unidade faz o balanço de vapor utilizando biomassa proveniente de subprodutos do processo.
A caldeira tem capacidade para gerar até 120 toneladas de vapor por hora. O vapor, gerado a partir da queima de resíduos de eucalipto — uma fonte 100% renovável —, é utilizado no processo fabril e convertido em energia, contribuindo para a redução de custos logísticos e emissões de gás carbônico.
O equipamento, um investimento de R$ 520 milhões, traz mais estabilidade ao processo, ganhos de eficiência e produtividade.
Governo
O investimento na fábrica de tissue foi viabilizado por meio do aproveitamento de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de exportações detidos pela Suzano, medida aprovada pelo governo do Estado.
Como a Suzano é uma empresa exportadora, mas que paga ICMS em suas operações, ela gera créditos, utilizados no investimento que ajuda a diversificar a economia.
Vice-presidente-executivo de Bens de Consumo da Suzano, Luiz Bueno agradeceu ao governador Renato Casagrande e a outras autoridades presentes: “O governo do Estado foi um grande parceiro para viabilizar os investimentos que estamos celebrando aqui hoje”.
Curiosidades
Funcionamento 7 dias por semana
Marcas produzidas
O tissue produzido em Aracruz será convertido em papéis higiênicos das marcas Neve®, Mimmo® e Max Pure®.
A Suzano abastece mais de 2 bilhões de pessoas em mais de 100 países com seus produtos e soluções, segundo a empresa.
Abastecimento
Antes, a unidade de Cachoeiro de Itapemirim era abastecida com bobinas vindas do Sul da Bahia e Maranhão; agora a produção local reduz esse transporte.
Operação contínua
A fábrica de papel tissue funciona em operação contínua, com ciclos de sete dias por semana, em sistema de turnos.
Equipe
Foram criados 214 empregos nas atividades, dos quais 70% dos profissionais são originários do Estado.
Há uma busca ativa da Suzano por profissionais de Aracruz e da região Norte do Espírito Santo para compor a operação.
Prazo e orçamento
Segundo o CEO Beto Abreu, a nova fábrica de tissue e a caldeira de biomassa foram concluídas “dentro do prazo combinado e dentro do orçamento previsto”, destacando a atuação da engenharia da Suzano na execução do projeto.
Engajamento e engenharia
A engenharia foi a área líder de toda a construção da nova fábrica; executivos exaltaram o trabalho como “excepcional”.
A obra envolveu praticamente todas as áreas da Suzano, não só a engenharia, e isso foi destacado na cerimônia como algo “bonito” no projeto.
A integração...
Entre Aracruz, Cachoeiro e Mogi das Cruzes fortalece o abastecimento do Sudeste e reduz emissões de CO2.
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