Empresas vão construir mais imóveis do Minha Casa, Minha Vida
Programa terá novos limites de preços a partir de janeiro, o que torna empreendimentos mais atraentes para as construtoras
Com o reajuste dos valores máximos de imóveis que podem ser financiados pelo Minha Casa, Minha Vida para as faixas 1 e 2, voltadas para famílias de menor renda, mais imóveis vão ser construídos no Estado.
O aumento do teto dos imóveis foi aprovado pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e vai permitir que mais unidades possam ser financiadas pelo programa de habitação. Segundo o governo, os novos preços devem entrar em vigor em janeiro.
Em todo o País, são 263 municípios contemplados, segundo a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades. No Estado, estão as cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão, Guarapari, Cachoeiro de Itapemirim, Aracruz, Colatina, Linhares, Nova Venécia e São Mateus.
O diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon) responsável pelo Minha Casa, Minha Vida, Estevão Barbosa, destacou que as construtoras que operam no programa estavam visando mais à faixa 3. Com a mudança, voltarão suas atenções também para as faixas 1 e 2, ampliando o número de lançamentos no programa habitacional.
“Além disso, há empreendimentos já anunciados que passarão a ser enquadrados na faixa 2, por exemplo”, explicou.
“O governo acerta em fazer esse ajuste e favorecer empreendimentos econômicos”, disse Alexandre Schubert, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES).
“A demanda habitacional é muito expressiva, e essa ação é importante para aumentar a oferta nesse segmento. As incorporadoras devem aumentar lançamentos de produtos atendidos por essas linhas. O setor está atento e planeja ofertar novas unidades que atendam a população”, disse.
Para a diretora comercial da MRV no Espírito Santo, Viviane Sieiro, essas mudanças reforçam o otimismo em relação aos lançamentos do próximo ano. “Acreditamos que elas irão refletir positivamente na nossa atuação no Espírito Santo, acelerando os lançamentos e as vendas”.
O Ministério das Cidades disse que o reajuste considera o encarecimento dos materiais de construção e visa dar mais fôlego ao setor habitacional, além de permitir que mais famílias possam enquadrar-se nas faixas de subsídio do programa. Também informou que o reajuste foi feito após avaliar que o número de contratações caiu na faixa 1 e na região Norte do País.
Indústria da construção pede inclusão de mais cidades
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) defende que o novo teto também contemple cidades com mais de 300 mil habitantes, mas que não se enquadram como metrópoles nacionais, considerando custos regionais de produção, inflação setorial projetada e padrões mínimos de qualidade construtiva.
Embora o reajuste represente um avanço, a proposta não leva em conta diferenças estruturais entre cidades de mesmo porte, como custo de materiais, preço de terrenos e nível salarial, fatores determinantes para a viabilidade de empreendimentos, segundo CBIC.
“O último reajuste da Faixa 2 ocorreu há mais de dois anos. Nesse período, tivemos uma inflação acumulada de cerca de 15%. O setor está sentindo os efeitos disso, com dificuldade para lançar e vender empreendimentos enquadrados, principalmente, no segmento da Faixa 2”, disse o vice-presidente da área de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, Clausens Roberto de Almeida Duarte.
SAIBA MAIS
Ampliação do teto
> A medida amplia o teto para até R$ 275 mil, a depender do porte do município, e vai beneficiar famílias das faixas 1 e 2 do programa, que atendem, respectivamente, rendas mensais de até R$ 2.850 e de R$ 2.850 a R$ 4.700 em áreas urbanas. Em áreas rurais, o reajuste alcança famílias com renda anual de até R$ 66 mil.
> Foram aprovados ajustes que ampliam entre 4% e 8% os limites previstos, beneficiando 263 municípios, nos quais espera-se que haja ampliação da oferta de imóveis e, consequentemente, da contratação por famílias enquadradas nas duas faixas.
> Anteriormente o teto era de R$ 264 mil. Esse valor depende do tamanho do município. A faixa 3 não será alterada.
Classificação das cidades
> O novo limite de financiamento varia conforme o tamanho da cidade:
> Em municípios classificados como “grande metrópole nacional”, com mais de 750 mil habitantes, o teto passou de R$ 264 mil para R$ 275 mil, uma alta de 4%.
> Cidades na mesma classificação, mas entre 300 e 750 mil habitantes, tiveram um reajuste de R$ 250 mil para R$ 270 mil. Já nas cidades entre 100 mil e 300 mil habitantes, na mesma classificação, o limite passou de R$ 230 mil para R$ 245 mil.
> No grupo de “metrópoles”, houve um ajuste no limite para cidades de 100 mil a 300 mil habitantes, de R$ 225 mil para R$ 240 mil.
> No grupo “capitais regionais”, municípios entre 100 mil e 300 mil habitantes tiveram o limite elevado em 7%, de R$ 220 mil para R$ 235 mil.
> Por fim, no grupo de “centros sub-regionais”, houve um ajuste para cidades com até 750 mil habitantes (R$ 220 mil para R$ 235 mil) e de 100 mil a 300 mil habitantes (R$ 210 mil para R$ 225 mil).
> Ao todo, 263 municípios serão beneficiados pela atualização dos valores. A decisão foi aprovada por unanimidade durante reunião do Conselho Curador, que conta com representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores.
Municípios no Estado
> Segundo a Caixa Econômica Federal, no Estado há municípios que se enquadram como “metrópole”, “capital regional” e “centro sub-regional”.
> Em “metrópole” estão Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana e Fundão.
> Em “capital regional” está Cachoeiro de Itapemirim.
> Já em “centro sub-regional”, estão Guarapari, Aracruz, Colatina, Linhares, Nova Venécia e São Mateus.
Mais imóveis
> A Recanto Construtora destacou que irá lançar mais imóveis são mais de R$ 773 milhões em lançamentos previstos para o ano que vem nessas faixas, nas cidades da Serra (bairros Portal de Jacaraípe e Jacaraípe), Vila Velha (bairros Colina e Aribiri), Aracruz (De Carli e Harmonia), Linhares (bairro Colina), Colatina (bairros Marista e Unesc).
> A MRV disse que a mudança irá acelerar os lançamentos e as vendas no próximo ano.
Estímulo ao setor
> A mudança faz parte de um conjunto de estímulos do governo federal ao setor habitacional. Em outubro, o governo anunciou um novo modelo de crédito imobiliário para ampliar a oferta e o acesso ao crédito habitacional para a classe média.
> A medida lançada em outubro difere da proposta ao Conselho do FGTS aprovada na última terça-feira, que trata do Minha Casa Minha Vida.
Ajustes
> Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), embora o reajuste represente um avanço, a proposta não leva em conta diferenças estruturais entre cidades de mesmo porte, como custo de materiais, preço de terrenos e nível salarial, fatores determinantes para a viabilidade de empreendimentos.
> Durante o encontro, o Ministério das Cidades se mostrou aberto a revisar o alcance da medida e realizar novos estudos para ampliar o número de municípios beneficiados. A mudança, segundo o governo, deve entrar em vigor em janeiro de 2026.
Fonte: Governo federal, Caixa Econômica Federal e agências Brasil e Folhapress.
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