Após 40 dias de angústia, Edson Antônio, o “Tripa”, confessa assassinato de Yasmin
Suspeito chegou a participar das buscas e até do velório. Confissão veio após exame genético confirmar autoria, informou a Polícia Civil
Foram 40 dias de angústia. Quarenta dias de perguntas sem resposta.
A confirmação, dura e definitiva, aconteceu: Edson Antônio da Silva, 38 anos, o “Tripa”, confessou ter assassinado a menina Yasmin Pereira da Silva, de apenas 7 anos, em Carnaíba, no Sertão do Pajeú. A Polícia Civil formalizou a informação à Tribuna nesta segunda-feira (17).
Tripa já estava preso desde 9 de outubro por outros crimes. A confissão veio agora, após o confronto de material genético realizado pela Polícia Científica, solicitado pelos investigadores. O resultado estreitou o cerco e derrubou as últimas negativas do suspeito. Pressionado pelas evidências, ele admitiu o que fez.
A frieza com que circulou entre os que buscavam por Yasmin ainda choca. Participou das buscas. Caminhou ao lado de voluntários. Esteve no velório da menina. A revelação desse comportamento ampliou a revolta entre familiares, policiais e moradores da comunidade.
Segundo o advogado da família, Cláudio Soares, a confissão encerra “uma espera que consumiu a todos”, mas não apaga o sofrimento. O Ministério Público de Pernambuco acompanha o caso sob sigilo.
A noite do desaparecimento
Yasmin Pereira da Silva, aluna do 1º ano da escola municipal de Ibitiranga, desapareceu na noite de 5 de outubro, quando brincava na rua por volta das 20h. Minutos depois, quando a família percebeu que ela havia sumido, começou a mobilização. Moradores, Polícia Militar e voluntários vasculharam cada trilha da comunidade.
A busca terminou na manhã seguinte, da pior forma possível. O corpo da menina foi encontrado em uma área de matagal, vítima de violência física e sexual, segundo as investigações iniciais e, agora, confirmação da perícia.
No começo do caso, três adolescentes e um homem chegaram a ser levados para depor. Nenhuma das suspeitas se sustentou. O nome de Tripa cresceu dentro da investigação e, agora, se confirma como o autor.
O crime e a responsabilização
Com a confissão, Edson Antônio da Silva será indiciado por homicídio qualificado com múltiplas agravantes — entre elas, o fato de ter atacado uma vítima incapaz de oferecer resistência. A Polícia Civil afirma que trabalhou desde o início para dar uma resposta firme à família e à comunidade, e que a identificação do autor encerra 40 dias de angústia e medo.
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