Candidatos avaliam segundo dia de provas do Enem: 'Menos interpretação'
Agora, os alunos terão que aguardar as notas serem divulgadas em janeiro de 2026
O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado ontem em todo o Brasil, não fugiu do padrão, apresentando questões diversificadas, de acordo com professores.
Os candidatos tiveram cinco horas para resolver as provas de Matemática e de Ciências da Natureza. Agora, os alunos terão que aguardar as notas serem divulgadas em janeiro de 2026 para definirem seus destinos acadêmicos.
Os professores da Escola Madan Jamine Dillem, Leonardo Pimentel, Thiago Vieira e Daniel Rojas avaliaram que o exame exigiu interpretação e também saber a forma como solucionar as questões.
“Em algumas questões, você acertava com maturidade, ou seja, com conhecimentos adquiridos durante a vida. O conhecimento é o mais importante no momento de fazer a prova, mas saber fazer o exame é muito importante, ter a malícia, saber resolver as questões”, disse o professor de Matemática e CEO da escola Madan.
A maturidade, apontada por Daniel, também foi destacada pelo professor de Física Thiago Vieira, que falou sobre a importância de abordar em sala de aula conteúdos contextualizados.
“A prova do Enem vem trazendo muitas coisas do dia a dia, e eu venho comentando com os alunos que ter experiência de vida ajuda. Por isso, quanto mais exemplos nós professores trazemos, mostrando o conteúdo aplicado em situações cotidianas, melhor”.
A interpretação de texto aliada a capacidade de propor soluções para problemas foi uma capacidade cobrada na prova de Ciências da Natureza, destacou a professora de biologia Jamine Dillem.
“A prova cobrou interpretação de textos científicos, de gráficos e tabelas. Trouxe questões que buscavam soluções para problemas de urbanização, de aquecimento global, buscando um aluno capaz de ter uma visão crítica sobre aquilo que o rodeia”, explicou.
A boa distribuição de conteúdos abordados no ensino médio foi uma característica do segundo dia do Enem de 2025, falou o professor de Química Leonardo Pimentel.
“Houve uma distribuição muito boa dos conteúdos abordados no ensino médio, e a maioria das questões foi bem direta. Elas exigiam que o aluno movimentasse na cabeça dele os conteúdos que foram estudados. Os enunciados não foram grandes e diminuíram o cansaço do candidato”.
Cenas do segundo dia de provas
“Um futuro melhor para meus filhos”
Cleidiane de Jesus tem 29 anos e vem de Ubatã (BA). A baiana mora em Vitória há 12 anos, é técnica em enfermagem e trabalha como copeira. Ela conta que, agora, quer cursar a faculdade de Enfermagem para mudar a vida dela e dos filhos. "Sofia tem 10 anos e Cleisson, sete. Quero entrar na faculdade para dar um futuro melhor para meus filhos, mostrar para eles que o estudo melhora a nossa vida”, contou.
Apesar de nervosa, Cleidiane estava confiante para a prova. "Estou ansiosa, mas vai dar tudo certo. Na redação eu não sou muito boa, mas em matemática, e nos outros conteúdos cobrados hoje, eu tenho confiança”, afirmou.
“Quero mudar de carreira”
Letícia Vieira, natural de Vitória e com 29 anos, é formada em engenharia elétrica e trabalha na área. Ela enxerga no Enem uma oportunidade de mudar de carreira para Medicina e ajudar quem precisa.
“A pandemia de Covid-19 me impactou muito. Depois daquele momento, a medicina se tornou um sonho para mim, passei a olhar o mundo de forma diferente. Eu quero mudar de carreira, cursar medicina para poder fazer mais pelas pessoas, ajudar quem precisa, e estudei muito para isso” declarou.
Apoio da família
Gabriel Ferrari, 17, está fazendo o Enem pela segunda vez, e contou com o apoio do pai, Marcelo Ferrari, 48, e de toda a família, para o segundo dia da prova deste ano.
“Toda a minha família me abraçou antes de eu vir para a prova, estou confiante. Quero Medicina na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)”, afirmou.
O pai contou que incentiva e apoia o filho: “estamos junto com ele nessa dando apoio total”.
Rumo à Aeronáutica
Gustavo Servino, 18, é de Linhares, mas se mudou para Vitória há um ano para estudar para o Enem.
“Quero prestar a faculdade de Engenharia Mecânica Aeronáutica, é o meu sonho. Estudei bastante esse ano para isso e estou com uma boa expectativa para esse ano”, disse.
A mãe, Andressa Servino, 50, conta que não deixa de apoiar o filho. “Só existem duas faculdades do curso que ele quer em todo o Brasil. Ele já prestou o Enem no ano passado, dessa vez vai ser sucesso”, comemorou Andressa.
Foco em medicina
Aline Ferraz, 18, foi até o local de prova com o pai, Onésimo Ferraz, de 50 anos. A jovem confessou que estava nervosa, mas confiante.
“Meu foco é ter um bom desempenho em matemática, porque nas outras disciplinas eu vou bem. Quero cursar Medicina e estou confiante na minha aprovação”, afirmou.
Onésimo disse que a filha se dedicou nos estudos. “Ela estudou muito, vai passar com certeza”, acredita.
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