Irã afirma que EUA não estão prontos para negociações nucleares iguais e justas
Declaração ocorre após o presidente Donald Trump ter comentado possibilidade de discussões com Teerã
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse neste domingo (16) que a atual abordagem de Washington em relação a Teerã não indica qualquer disposição para "negociações iguais e justas", após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter comentado na semana passada a possibilidade de discussões sobre o programa nuclear do país persa.
Após o ataque de Israel ao Irã em junho, que foi acompanhado por uma ofensiva dos EUA contra instalações nucleares iranianas, as tentativas de retomar o diálogo sobre o programa nuclear de Teerã fracassaram.
Os EUA, seus aliados europeus e Israel acusam Teerã de usar seu programa nuclear como fachada para seus esforços de desenvolvimento da capacidade de produzir armas. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.
Teerã e Washington fizeram neste ano cinco rodadas de negociações nucleares indiretas e discutiram a questão do enriquecimento de urânio em território iraniano, que os EUA querem que o país persa abandone.
"O Irã estará sempre preparado para a diplomacia, mas não para negociações em que uma das partes tem o intuito de impor sua vontade", disse Abbas Araqchi, durante uma conferência em Teerã intitulada "Direito Internacional sob Ataque".
Durante a mesma conferência, o vice-ministro das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, acusou Washington de perseguir seus objetivos de guerra com "negociações como mera encenação".
O presidente Donald Trump disse à época dos bombardeios que o programa nuclear iraniano havia sido destruído, mas ainda não se sabe exatamente a extensão dos danos provocados. O republicano advertiu que ordenaria novos ataques caso Teerã tentasse reconstruir as estruturas que foram destruídas.
Em outubro, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei afirmou que Trump sonha se pensa ter destruído as bases nucleares do país. No mesmo mês, Teerã anunciou que, pela expiração do acordo internacional assinado em 2015 com Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido e Rússia, não seguiria mais as restrições impostas ao seu programa nuclear.
Na prática, o anúncio foi uma formalidade porque tanto o Irã já havia deixado de cumprir compromissos como os outros países reaplicaram sanções que deveriam ter sido suspensas.
Comentários