Após transferência de chefes do CV, Rio passa a ter maior número de presos sob custódia federal

O Rio de Janeiro passou a ser o Estado com o maior número de presos sob custódia federal após uma transferência de sete líderes do Comando Vermelho realizada nesta quarta-feira, 12. O Estado tem 66 presos de alta periculosidade custodiados em penitenciárias federais, segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Somente neste ano, foram 19 novas inclusões de presos do Rio no Sistema Penitenciário Federal (SPF). As transferências desta quarta-feira, conforme a secretaria, foram feitas a pedido do governo do Estado.

“Essa é mais uma etapa do trabalho que estamos fazendo para enfraquecer as facções, cortar suas conexões e devolver tranquilidade à população fluminense. A segurança pública não é um problema local, é um desafio nacional que exige cooperação, inteligência e coragem”, escreveu o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), em uma postagem no X.

As transferências foram autorizadas pelo juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP), Rafael Estrela Nóbrega. As lideranças da facção já tinham sido condenadas por tráfico de drogas e presas antes da Operação Contenção, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão.

A secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Nebel, diz que a transferência “é fundamental para preservar a estabilidade do sistema e reforçar a presença do Estado”.

“Desde a criação do sistema, não há registro de entrada de materiais ilícitos. Todos os itens de higiene, alimentação e vestuário são fornecidos pelas próprias unidades, garantindo o controle total sobre o ambiente prisional”, informou.

Ainda conforme a Senappen, as visitas sociais e os atendimentos jurídicos ocorrem exclusivamente por parlatório, sem contato físico. “O modelo federal de execução penal segue como referência nacional em segurança, disciplina e legalidade, assegurando o isolamento das lideranças criminosas e o fortalecimento da segurança pública”, afirmou o comunicado.