Gestor de faculdade é preso por suspeita de corrupção em Ipojuca
Prisão de Gilberto Claudino da Silva Júnior, fundador do Inesp, é a quarta da Operação Alvitre; caso pode ter ligação com o assassinato de professora
Com informações de Simone Santos
A Operação Alvitre se aprofunda a cada dia. A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, desta vez, o empresário Gilberto Claudino da Silva Júnior, de 36 anos, fundador da faculdade Novo Horizonte (Inesp), em Ipojuca, no Litoral Sul. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado verbas públicas por meio de emendas parlamentares. Segundo o inquérito, seria o "coordenador" do desvio de recursos.
Com essa prisão, já são quatro pessoas detidas no âmbito da Operação Alvitre, deflagrada no dia 2 de outubro para investigar os desvios. Três mulheres estão presas.
Empresário se entregou à polícia
De acordo com a corporação, o mandado de prisão preventiva contra Gilberto Claudino foi expedido no momento da deflagração da operação. O empresário estava foragido, mas se apresentou espontaneamente na Central de Plantões da Capital, no Recife, onde foi preso e encaminhado ao sistema prisional.
A Polícia Civil confirmou a detenção por meio de nota oficial, informando que o investigado está à disposição da Justiça.
Esquema de desvios e contratos sem execução
A investigação apura o repasse irregular de mais de R$ 7 milhões do Instituto de Gestão em Políticas Públicas para o Nordeste (IGPN) ao Inesp. O IGPN teria contratado a faculdade para prestar serviços que, segundo o inquérito, nunca foram comprovados.
O criador do instituto, Gerailton Almeida da Silva, também está foragido. A Polícia Civil continua as buscas para localizar outros envolvidos no esquema.
Ligação com a morte de professora
Paralelamente à Operação Alvitre, a polícia também investiga a morte da professora Simone Marques, que trabalhava na faculdade Novo Horizonte e seria ouvida como testemunha no caso de corrupção.
A docente foi assassinada a tiros na porta de casa, no fim de outubro, após sair da Delegacia de Porto de Galinhas, onde seu depoimento havia sido adiado para o dia seguinte.
A principal linha de investigação é a de queima de arquivo, já que Simone seria uma das pessoas com conhecimento direto das movimentações financeiras entre o Inesp e o IGPN.
Investigação em andamento
A Polícia Civil segue investigando se há relação direta entre o crime de homicídio e o esquema de corrupção. A corporação informou que novas diligências estão em andamento e que outros mandados de prisão poderão ser cumpridos nos próximos dias.
Até o fechamento da matéria no JT1, a defesa do gestor da faculdade não havia se pronunciado.
Entre os investigados que já estão presos estão:
Eva Lúcia Monteiro e Edjane Silva Monteiro, advogadas e irmãs apontadas pela polícia como integrantes ligadas ao IGPN;
Maria Netania Vieira Dias, suspeita de ter participado da elaboração de propostas e na obtenção de orçamentos para empresas envolvidas no esquema, segundo o inquérito;
Gilberto Claudino da Silva Júnior, gestor da Faculdade Novo Horizonte, identificado pela investigação como o “coordenador” do esquema de desvio de recursos.
Clique na matéria do JT1 abaixo
Quer entrar em contato com a repórter Aline Moura: mande e-mail para [email protected] ou se comunique por meio do [email protected]
Comentários