CBTU e sindicato participam de audiência de conciliação no TRT-6 nesta terça-feira
Companhia foi notificada e tentará acordo com metroviários
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife informou, nesta segunda-feira (3), que foi oficialmente notificada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) para comparecer a uma audiência de conciliação. A reunião é uma tentativa de encerrar a greve dos metroviários que afeta a operação do sistema de transporte público na Região Metropolitana. A audiência está marcada para esta terça-feira (4), às 14h00, no Pleno do Tribunal.
A CBTU confirmou a presença na tentativa de conciliação, "buscando negociar com o sindicato da categoria e encontrar uma solução para o impasse, permitindo o restabelecimento completo do serviço de metrô para a população", disse a companhia em nota.
Sucateamento e privatização: as reivindicações dos metroviários em greve no Recife
A greve dos metroviários no Recife, que levou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) a uma audiência de conciliação no TRT-6, tem como eixos principais a segurança operacional do sistema e a suspensão do plano de privatização.
As principais reivindicações da categoria, que motivaram a paralisação por tempo indeterminado, incluem:
Suspensão da privatização: O Sindmetro-PE exige a retirada do Metrô do Recife do Programa Nacional de Desestatização (PND), alegando que a concessão, prevista para ocorrer a partir de 2026, resultará na precarização do serviço e na demissão de trabalhadores. A categoria cobra o cumprimento de uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manter o metrô público.
Investimento imediato em manutenção: A categoria cobra a liberação urgente de recursos federais para a manutenção e modernização da frota e da infraestrutura. O sistema, que transporta cerca de 170 mil passageiros por dia, é classificado em relatórios como de "baixíssima qualidade" devido ao sucateamento, frota reduzida e falhas constantes.
Segurança operacional: O movimento foi intensificado após um incêndio em um dos trens da Linha Centro no final de outubro, que, apesar de não ter feito vítimas, expôs os crescentes riscos à segurança de passageiros e trabalhadores. A paralisação é vista como uma resposta direta à falta de investimentos que gera tais incidentes.
Acordo coletivo: A greve também inclui a cobrança por um novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com reajuste do piso salarial e cláusulas que garantam a estabilidade dos empregos em caso de privatização.
A greve, que começou nesta segunda-feira (3), afeta a operação de todas as linhas do Metrô do Recife, com o Sindmetro-PE mantendo 100% da paralisação.
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