Vem aí a Coroa Beer, a nova cerveja capixaba
Será uma pilsen, na embalagem de 600ml, retornável. Grupo ainda vai oferecer o Coroa Cola Premium, com uma nova receita
Após adquirir a Cervejaria Teresense, o Grupo Coroa se prepara para se fortalecer no mercado de cervejas com o lançamento de uma nova bebida pilsen, a Coroa Beer.
Esse e outros temas foram abordados pelo diretor industrial do grupo, Roberto Simon Kautsky, em conversa com o editor de Economia e Política da Rede Tribuna, Rafael Guzzo. Veja abaixo trechos da entrevista:
A Tribuna - Era um desejo antigo da Coroa essa presença no mercado de cervejas?
Roberto Simon Kautsky - A história da Coroa começa com uma bebida alcóolica, na verdade. Antes de lançar o refrigerante, a história do Grupo começa com o vinho de laranja.
Meu bisavô, o primeiro dos quatro Robertos da família, chegou a fornecer, na década de 30, a essência do vinho para a Garoto, que produzia alguns produtos usando esses insumos. Só na década de 1950 o refrigerante e a água mineral foram lançados.
- A Coroa já chegou a ter outros projetos do ramo de cervejas, certo? Haveria uma fábrica em Domingos Martins.
Sim, chegamos a ter um projeto de cervejaria em Domingos Martins, que acabou que não se concretizou. Isso em 2008. Mas agora surgiu essa oportunidade, com uma cervejaria que já existia há cinco anos ali na região de Santa Teresa, que é uma cidade muito parecida com a nossa.
Resolvemos investir e realizar esse sonho, já antigo. Já faz quase um ano e meio que fizemos a compra e estamos investindo agora na ampliação da fábrica, para poder colocar a Coroa Beer no mercado.
- Será preciso ampliar a fábrica para a produção?
Praticamente já triplicamos a produção de antes. Compramos mais dois terrenos anexos para fazer futuras ampliações. Nossa ideia é crescer.
Ali é uma cervejaria, uma indústria, mas também recebe pessoas, fica na entrada da cidade, tem um pub. O pessoal pode ir lá, conhecer, e ter até uma visão de como funciona a fabricação da cerveja. A ideia é manter isso para que o consumidor possa apreciá-la lá, no anexo à fábrica, se quiser.
- E como será a Coroa Beer?
Vai ser uma pilsen, na embalagem de 600 ml retornável. A clássica, que o brasileiro conhece. A Teresense já tem um perfil mais artesanal, é extra premium, mas a Coroa Beer vem para concorrer com a cerveja mais popular, com as grandes marcas. Inicialmente queremos atender o Espírito Santo, e depois aumentar o leque para os demais estados.
- Qual será a graduação alcoólica da Coroa Beer?
A formulação ainda está sendo desenvolvida. Mas a gente está fazendo pequenos ajustes ainda. Mas a ideia é ela ser uma cerveja leve, que o brasileiro goste. Pelos testes que a gente já fez, ficou maravilhosa, e será puro malte.
- Quando é que vai chegar à prateleira e aos bares?
Entre novembro e dezembro.
Você citou os terrenos comprados. Em Campinho, havia uma placa falando que ali seria uma futura cervejaria da Coroa. Essa área ainda pode receber uma cervejaria?
O plano de ser feito em Domingos Martins era algo que a empresa sempre teve, mas não aconteceu naquele momento. Mas a área ainda está lá, é anexa à empresa. Ganhamos tempo ao comprar a Teresense, porque ela já estava montada, rodando. Foi algo estratégico.
Mas futuramente, pensamos em ter outros projetos naquela área de Domingos Martins.
- Falando em novos projetos, a Coroa está para lançar um novo refrigerante de Cola, o Coroa Cola Premium. Como ele será?
É um segredo mesmo, que a gente desenvolveu internamente. O produto ficou muito bom, diferenciado mesmo. Vamos lançar em novas embalagens, em novos tamanhos que a gente não tem atualmente. Vamos ter desde o 250 ml até o de 2 litros.
- Particularmente, sou adepto de bebidas sem açúcar. E tenho reparado que a versão light do guaraná está cada vez mais fácil de encontrar. A Coroa Cola Premium terá versão light?
Sim. É uma tendência mundial essa questão da redução do açúcar. A gente tem observado e buscado investir nessa tendência.
A gente tem uma linha de energéticos, o Bad Wolf, que também segue essa lógica. É um produto mais voltado para o jovem, que gosta de fazer exercícios físicos e evita o açúcar.
- Hoje, a Coroa, além do Espírito Santo, tem atuação em quais estados?
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Temos uma fábrica no sul da Bahia, em Itabuna, que é mais focada no energético. Essa fábrica, inclusive, já ficou pequena. Queremos subir mais o Nordeste e atender toda a região.
- E quantos empregados a Coroa tem atualmente?
Hoje, o grupo está com cerca de 620 funcionários diretos. Volta e meia fazemos novas contratações, principalmente agora, que chega o período de alta demanda.
No nosso setor, durante o inverno você vende em média 40% a 50% a menos do que você vende no verão. Isso afeta o quadro de funcionários, porque a produção varia nesses períodos. Vendedor, entregador, motorista... Todas as funções. O Natal costuma ser uma das nossas melhores épocas, porque é o período em que as pessoas se reúnem e consomem mais.
- Qual o segredo do sucesso de uma empresa que tem 92 anos e conseguiu se manter dentro da estrutura atual?
A gente costuma falar que não é fácil. A gente vê que hoje no Brasil é difícil. Você vê empresas que conseguem chegar com essa idade. Mas o segredo é, primeiro, inovação. A empresa precisa estar atenta às mudanças globais, às tendências de mercado e se atualizando. E como empreendedor, a gente sempre tem que, primeiro, buscar, estudar. Sou um cara que sempre busquei ler. Gostei sempre de estudar.
PERFIL
Roberto Simon Kautsky
> Bisneto do fundador do Grupo Coroa e atual diretor da empresa. Ele também ocupa a presidência do Instituto Roberto Carlos Kautsky.
> Natural de Domingos Martins, tem 39 anos de idade, é solteiro e é formado em administração pela Fucape.
> Ele também possui MBA em Controladoria e Finanças pela Fucape e um MBA em gestão empresarial na FGV.
> Começou a trabalhar desde cedo com o pai, que morreu quando ele tinha 9 anos.
> Tem como principais hobbies o estudo, a pesca e a prática de esportes como snowboard, corrida e academia.
CURIOSIDADESEsportista
Dentre os hobbies favoritos de Roberto Simon Kautsky estão viajar, pescar e praticar esportes. Ele conta que não gosta de ficar parado em casa e que sempre busca estar fazendo alguma atividade.
“Gosto de praticar snowboarding, fazer academia e de correr. Sempre que dá estou praticando exercícios”, relata o diretor da Coroa, que conta que tem o hábito de beber refrigerante com frequência
Origem do nome
Roberto Simon Kautsky é o quarto Roberto da família. Seu bisavô chegou ao Brasil vindo da Áustria aos 9 anos de idade. Na década de 1930, o “primeiro Roberto” da família montou uma indústria para fabricar vinhos de laranja, que mais tarde se tornaria a Coroa.
O nome é uma homenagem ao avô do fundador da empresa, que trabalhava para o imperador da Áustria confeccionando pergaminhos.
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