Após diálogo de Lula e Trump, empresários do ES esperam isenção total do tarifaço
Representantes dos setores cafeeiro e de rochas ornamentais estão otimistas após diálogo entre presidente Lula e Donald Trump
Empresários dos setores do café e das rochas ornamentais no Espírito Santo estão otimistas com as negociações anunciadas pelos presidentes do Brasil, Lula, e dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas impostas a produtos brasileiros.
A expectativa, segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais (Sindirochas-ES), Ed Martins André, e também o presidente do Sindicato dos Corretores de Café, Marcus Magalhães, é pela isenção total das tarifas para ambos os setores.
“Existem exigências de ambas as partes, mas o setor acredita que há possibilidade real do café e de outros produtos brasileiros entrarem em uma lista de isenções de tarifas”, diz Magalhães.
Retrações em investimentos e paralisação de pedreiras são efeitos que estão sendo sentidos durante a vigência do “tarifaço”, ressalta André. A queda, no ápice das tensões, chegou a 40%.
O representante conta, porém, ter havido um aumento na exportação de quartizito, em 16%, o que provocou um alívio na balança comercial. “Mas não sabemos se irá se manter”, alerta.
Para o vice-presidente da Federação do Comércio (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, “certamente” as taxas pesadas colocadas sobre o Brasil serão reduzidas e, para setores, até zeradas.
“Uma pena que a falta de interlocução entre os dois países, tornou o inicio das negociações muito demorado”, afirma.
Em coletiva após reunião entre os dois chefes de Estado, ocorrida no domingo na Malásia, país do sudeste asiático, Lula disse acreditar que “em poucos dias” haverá uma solução para a taxação sobre produtos brasileiros.
O Presidente contestou a justificativa apresentada para a taxação de 50% imposta a exportações brasileiras reafirmando que a balança comercial entre os dois países é positiva para os EUA.
Embora a solução fixa ainda dependa de negociações entre os corpos técnicos de cada país, um alívio momentâneo pode chegar antes.
Os ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Fernando Elias Rosa, disseram que uma suspensão das tarifas pode ocorrer em cerca de 10 a 15 dias.
SAIBA MAIS
Negociações ágeis
> O governo brasileiro quer acelerar as negociações sobre o tarifaço com os Estados Unidos e pediu aos secretários do governo Trump uma nova reunião em breve.
> O pedido foi feito durante o primeiro encontro entre os dois lados, ontem, dia seguinte à reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizada em Kuala Lumpur, na Malásia.
> Na reunião, estavam presentes o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o secretário-geral do Ministério da Indústria e Comércio, Márcio Rosa, e o embaixador Audo Faleiro, assessor especial do presidente Lula.
Reivindicações
> O principal pedido brasileiro é que os Estados Unidos suspendam temporariamente o tarifaço enquanto as conversas estiverem em andamento.
> Essa solicitação já havia sido feita diretamente por Lula ao presidente Trump, e foi reiterada ontem pelos representantes brasileiros.
> O objetivo é seguir um precedente adotado pelos EUA em negociações com outros países, como com a China, em que tarifas adicionais foram suspensas durante o processo de diálogo comercial.
> Atualmente, os Estados Unidos aplicam uma tarifa de 50 % sobre a maioria dos produtos brasileiros — isto é: 10 % de tarifa recíproca + 40 % adicional decretado em agosto.
Fonte: CNN Brasil
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