Café capixaba enfrenta desafios para manter competitividade
Setor agrícola enfrenta riscos e desafios como clima extremo, pragas e novas regras ambientais da União Europeia
O café, símbolo da agricultura capixaba e motor da economia em diversas regiões do Estado, vive incertezas.
Apesar dos bons resultados recentes, produtores e especialistas alertam que a combinação de eventos climáticos extremos, estiagens prolongadas e novas exigências ambientais globais podem comprometer a sustentabilidade do setor nos próximos anos.
“A elevação das temperaturas altera o ciclo da planta e compromete a formação dos grãos”, explica o técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), João Medeiros.
Além da seca, pragas e doenças têm se multiplicado com mais facilidade em ambientes quentes e secos, exigindo maior controle e elevando os custos de produção.
Enquanto o clima impõe dificuldades no campo, o mercado internacional também pressiona por mudanças. A União Europeia aprovou recentemente uma legislação que proíbe a importação de produtos agrícolas, como o café, provenientes de áreas desmatadas após 2020.
Voltada à preservação ambiental, a medida preocupa exportadores brasileiros, inclusive do Estado, que precisarão comprovar a origem sustentável de cada lote. O governo federal já manifestou resistência a alguns pontos da norma, argumentando que ela impõe altos custos e pode gerar conflitos com a legislação nacional.
Para o produtor capixaba, o novo cenário exige investimentos em rastreabilidade e certificação. Sem essas adequações, há o risco de perda de espaço nos mercados internacionais mais exigentes.
O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, afirma que o governo tem buscado apoiar os produtores na adaptação às novas exigências. “O café é um patrimônio econômico e cultural do Espírito Santo. Estamos trabalhando para fortalecer a assistência técnica, incentivar práticas sustentáveis e ampliar o acesso a tecnologias que garantam a competitividade e a qualidade do nosso produto no mercado global”.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha, reforça que o setor precisa unir esforços.
“O produtor capixaba tem tradição e conhecimento, mas é fundamental contar com apoio técnico para que o café continue gerando oportunidades no campo”.
Saiba Mais
Importância
O café é um dos principais produtos da agricultura capixaba e um motor da economia do Espírito Santo.
Mudanças no clima
O aumento das temperaturas e a irregularidade das chuvas estão afetando o ciclo das plantações, a florada e a produtividade.
Seca, pragas e doenças
Estão se tornando mais frequentes, elevando os custos e exigindo maior manejo no campo.
Trabalho
O Governo do Estado trabalha para fortalecer a assistência técnica e incentivar práticas sustentáveis.
A Federação da Agricultura do Espírito Santo (Faes) defende união do setor, apoio técnico e políticas públicas consistentes.
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) realiza o apoio técnico.
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