Busca por voluntários no Espírito Santo para tratamento de diabetes
Pesquisadores buscam voluntários de 18 a 75 anos para testar tratamento gratuito que pode ajudar no controle da doença
Pesquisadores do Espírito Santo estão recrutando pacientes voluntários para testar um medicamento que pode ajudar no controle do diabetes tipo 2. Estima-se que no Estado 368.036 pessoas tenham diabetes. Do total, mais de 90% (331.232 pessoas) são portadoras do tipo 2.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no ano passado, apontam um percentual de 9,6% de adultos acima de 18 anos portadores de diabetes, segundo pesquisa Vigitel, realizada em 2023.
O estudo, que é gratuito, está sendo conduzido pelo Centro de Avaliação de Medicamentos e Especialidades de Pesquisa (Cenders) e as inscrições devem ser feitas pelo site oficial do centro por meio do link disponível.
Para realizar o pré-cadastro, é necessário atender aos seguintes critérios: pessoas de sexo biológico masculino ou feminino com idade entre 18 e 75 anos, diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 e estar em uso apenas de metformina para tratamento de diabetes.
Segundo a médica intensivista e pesquisadora do Cenders, Juliana Cosme, a medicação a ser testada já existe e sua eficácia no tratamento do diabetes será avaliada em pacientes que fazem uso da metformina – remédio usado para tratar a doença –, mas que, mesmo com a dose máxima, não alcançaram o resultado esperado no tratamento.
“Os voluntários serão acompanhados durante cinco meses, por uma equipe de médicos e profissionais da pesquisa. Eles farão uso de um comprimido diário. Seria uma medicação a mais, a metformina não será suspensa”, esclareceu a médica.
De acordo com os pesquisadores, o estudo é realizado em nível nacional e com meta de atingir 600 voluntários.
“É pedida aos voluntários uma série de exames. Tudo isso faz parte da triagem que realizamos com nossa equipe”, destacou Juliana.
A médica ressaltou ainda que o objetivo da pesquisa é controlar as consequências do diabetes nos pacientes.
“O diabetes, às vezes, quando está no início, se mostra assintomático. O paciente pode estar com a hemoglobina glicada alta e mesmo assim estar sem sintomas. Em longo prazo, isso é prejudicial, porque pode causar lesão renal, cegueira. Queremos evitar todas essas complicações com essa medicação a mais”, pontua.
Doença nem sempre dá sinais, dizem médicos
O diabetes tipo 2 é uma condição que se instala de forma discreta, muitas vezes sem dar sinais evidentes. Segundo a médica endocrinologista Luize Giuri Palaoro, da Rede Meridional, trata-se do tipo mais comum de diabetes.
A doença está fortemente associada ao aumento de peso e à resistência à ação da insulina, quando o hormônio responsável por levar a glicose para dentro das células passa a agir de maneira ineficiente.
“O paciente geralmente tem a soma desses dois fatores. E entre os principais fatores de risco para o diabetes, sabemos que tem a obesidade e a gordura visceral, ou seja, o aumento da gordura em região abdominal (região central) e no fígado. Geralmente, tem uma correlação direta com a resistência à insulina”.
É uma doença silenciosa, mas que pode causar complicações se não for controlada. “Antes do diagnóstico, podem surgir sinais como tontura, sede excessiva, urinar com frequência, cansaço, visão embaçada e infecções recorrentes. Por isso, os exames de rotina são essenciais para detectar a doença cedo”.
O diagnóstico é confirmado quando a glicemia em jejum ultrapassa 126 mg/dL ou pela hemoglobina glicada — exame que mostra a média da glicose nos últimos três meses. “O exame é muito utilizado porque não tem tanta variabilidade, ele mostra uma média”, diz Luize.
Saiba Mais
Diabetes
Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo.
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionada ao: sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão; e hábitos alimentares inadequados.
O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.
Dados
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) estima que há no Estado um percentual de 9,6% de adultos acima de 18 anos portadores de diabetes, segundo dados da pesquisa Vigitel, realizada em 2023. Isso equivale a 368.036 pessoas, sendo mais de 90% (331.232 pessoas) delas portadoras do diabetes tipo 2.
Pesquisa
O Centro de Pesquisas Cenders, localizado no Estado, está recrutando voluntários para participar de uma pesquisa clínica gratuita voltada ao tratamento do diabetes tipo 2. O estudo faz parte de um projeto conduzido simultaneamente em diversas cidades do Brasil.
A meta nacional é atingir 600 participantes. O objetivo é avaliar a eficácia e segurança de um medicamento em comprimido de uso diário, associado ao tratamento com metformina, já utilizada amplamente no controle da doença.
Quem pode participar
Podem se inscrever pessoas entre 18 e 75 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2, que utilizem apenas metformina em dose máxima e não tenham alcançado o controle ideal da glicose.
Todos passam por uma triagem e por uma avaliação laboratorial completa. Pacientes com condições específicas, como gestantes ou pessoas com alto risco cardiovascular, são excluídos por segurança.
Como se inscrever
As inscrições podem ser feitas pelo site oficial do Cenders: https://cenders.com.br/seja-voluntario/centro.
Também é possível entrar em contato pelo WhatsApp (27) 99907-1219 ou pelas redes sociais do centro.
Após o preenchimento do formulário, será feita uma triagem e, se a pessoa for pré-selecionada, será chamada para a confirmação dos pré-requisitos. Uma vez que o participante entre no estudo, será acompanhado por cinco meses. Os voluntários receberão sem custos acompanhamento médico especializado, com exames detalhados, consultas e medicamentos do estudo ao longo da pesquisa. Os horários dos atendimentos serão definidos junto aos participantes.
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