Vacina de covid deve chegar ao SUS em 2026
Primeiro imunizante 100% nacional está em desenvolvimento pela UFMG, tem menor custo e é mais fácil de ser conservado

Depois de anos dependendo de vacinas importadas, o Brasil se prepara para produzir e distribuir seu próprio imunizante contra a covid-19. A SpiN-TEC, primeira vacina 100% nacional, deve chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS) no primeiro semestre de 2026.
O anúncio foi feito pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, durante entrevista à emissora de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na quinta-feira (16), segundo a Agência Brasil.
A vacina está sendo desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Em maio, a UFMG havia informado que a previsão era que a vacina fosse disponibilizada em 2028. O MCTI foi demandado para confirmar o prazo dado pela ministra, mas não retornou até o fechamento desta edição.
As vacinas atualmente disponíveis, segundo o MCTI, atuam principalmente pela produção de anticorpos que bloqueiam a entrada do vírus nas células. Com as mutações do vírus, essas vacinas podem perder eficácia.
Já a SpiN-TEC estimula uma resposta de defesa do corpo baseada nas células de imunidade (linfócitos T). Esse tipo de proteção não impede que o vírus entre no organismo, mas ajuda a evitar que a infecção se torne grave. Em muitos casos, a pessoa nem percebe que foi infectada, pois não apresenta sintomas.
Outro ponto abordado pelos pesquisadores é que as outras vacinas contra covid-19 precisam ser preservadas a temperaturas mais baixas do que uma geladeira comum consegue atingir. A vacina brasileira, porém, se mantém estável por até dois anos em geladeira, além de o custo ser menor.
Para a médica de família e comunidade, Taynah Repsold, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Ufes, essa conquista simboliza maturidade científica.
“É a prova de que, quando há continuidade de políticas públicas e valorização da pesquisa, o Brasil tem condições de produzir conhecimento de ponta e responder rapidamente a desafios em saúde”.
Segundo o infectologista Eduardo Toffoli Pandini, o desenvolvimento de uma vacina nacional contra a covid-19 torna o Brasil menos dependente das vacinas estrangeiras. “Assim, temos menos risco de desabastecimento por fatores externos. Também permite realizar a imunização a um custo mais baixo”.
Saiba Mais
Vacina brasileira

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), estão desenvolvendo vacina SpiN-TEC — o primeiro imunizante 100% nacional contra a covid-19.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 140 milhões no desenvolvimento da vacina, por meio da RedeVírus, apoiando todas as etapas de testes, desde os ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3.
Como age
SpiN-TEC estimula uma resposta de defesa do corpo baseada nas células de imunidade (linfócitos T). Esse tipo de proteção não impede que o vírus entre no organismo, mas ajuda a evitar que a infecção se torne grave.
Quando chega
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, informou, durante entrevista à EBC, que o imunizante deve chegar ao País no primeiro semestre do ano que vem.
Mas, no início de outubro, no site da Secretaria de Comunicação Social do governo federal, foi divulgada a informação de que os pesquisadores estavam aguardando liberação da Anvisa para a fase 3 de pesquisa, com cerca de 5 mil pessoas.
A previsão da universidade, em maio, era que a vacina estivesse disponível em 2028, após os testes de fase 3, em que os voluntários são monitorados durante um ano.
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