PM suspeito de estuprar mulher dentro de posto policial é preso no Recife
Militar terá que cumprir prisão preventiva no Centro de Reeducação da PMPE (CREED)

A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), informou que o militar, suspeito de estupro dentro um posto do Batalhão da Polícia Militar Rodoviária (BPRv) , na semana passada, foi preso na quarta-feira (15) depois de se apresentar, de forma voluntária, na Delegacia de Polícia Judiciária Militar da Mulher (DPJM-Mulher), no bairro do Derby. O PM estava acompanhado do seu advogado.
Ainda segundo o comunicado, o policial, que não teve o nome divulgado, cumprirá a prisão preventiva no Centro de Reeducação da Polícia Militar (CREED), que fica no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
A PMPE divulgou também, por nota oficial, que a prisão do militar foi requerida pela Polícia Militar, através da DPJM, e autorizada pela Justiça Militar.
Nas redes sociais, a governadora Raquel Lyra, que cumpre agenda no exterior, e a vice, Priscila Krause, se posicionaram sobre o caso e a decisão da justiça. A chefe do executivo estadual chegou a dizer que em Pernambuco, não há tolerância para crimes contra a mulher

CONFIRA A NOTA DA PMPE
A Polícia Militar informa que, no final da tarde desta quarta-feira (15), o policial militar do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), acusado de crime sexual, apresentou-se voluntariamente à Delegacia de Polícia Judiciária Militar da Mulher (DPJM-Mulher), acompanhado de seu advogado.
A unidade está realizando as formalidades relativas ao cumprimento da prisão preventiva, e, após a conclusão dos procedimentos legais, o militar será encaminhado ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (CREED), onde permanecerá recolhido à disposição da Justiça".
RELEMBRE O CASO
Um policial militar é acusado de estuprar uma mulher dentro de um posto da própria corporação. O crime aconteceu na noite da última sexta-feira (10), no posto do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv), próximo ao Shopping Costa Dourada, no Cabo de Santo Agostinho, na PE-60. A mulher, de 48 anos, voltava para casa com duas filhas — de 9 e 16 anos — e uma amiga. Foi parada em uma fiscalização de rotina.

O policial pediu os documentos do carro. O veículo havia sido comprado há pouco tempo, e ela acreditava estar tudo em dia. Para se certificar, ligou, na frente dele, para o antigo dono, mas ele informou que só resolveria na segunda-feira (13). "No dia que ele me passou o carro, o carro estava em dia. Só que depois venceram as demais", afirmou.
Dessa forma, o PM afirmou que a situação era irregular. E então disse, com naturalidade, que ela o acompanhasse para “beber água” dentro do posto.
Ela não tinha pedido água. Mas obedeceu. Outros dois colegas PMs ouviram. Para ela, aquilo soou como uma senha. Não havia Policial Rodoviário no local, na avaliação da mulher (eles usam roupas diferenciadas de um PM).
A vítima foi conduzida até uma sala. Ele apagou a luz. E ali, no escuro, a autoridade virou algoz. A mulher resistiu. Cruzou as pernas. Chorou. Lembrou das filhas esperando no carro. Ele não parou. Forçou a cabeça dela para baixo para que ela fizesse sexo oral. Ao terminar, ordenou: “Pegue água para tirar da boca.”
O abuso sexual, que também se mistura com abuso de poder - durou cerca de vinte minutos. Saiu da sala sem olhar para os outros dois policiais. Eles continuavam sentados, conversando, como se nada tivesse acontecido. “Quem vai beber água não passa vinte minutos sumido”, diria depois, em depoimento.
De cabeça baixa, voltou para o carro. Não contou nada. Nem às filhas, nem à amiga. Só no dia seguinte, depois de um dia inteiro tentando trabalhar, criou coragem para denunciar. Na Delegacia da Mulher do Cabo, reconheceu o agressor por fotografia.
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