Vitória completa 1 ano e 4 meses sem feminicídio
Último caso foi registrado em junho do ano passado. Para o prefeito, esse resultado é fruto de políticas públicas integradas

A cidade de Vitória está há 1 ano e 4 meses (489 dias) sem registros de feminicídio. A capital capixaba apresentou queda de 67% nesse tipo de crime no ano passado e, em 2025, não registrou nenhum caso. A última ocorrência foi em 8 de junho de 2024.
Esse resultado é fruto de políticas públicas integradas, de acordo com o prefeito Lorenzo Pazolini, que comemora os dados.
Segundo ele, Vitória é a única cidade do Estado que possui o “Botão Maria da Penha”, ou “Botão do Pânico”, que pode ser acionado por mulheres com medida protetiva em caso de aproximação de seu agressor.
“Vitória vai estar sempre do lado das mulheres”, afirma o prefeito, que aponta ainda a capacitação da Guarda Civil Municipal de Vitória como um papel fundamental no processo de proteção às mulheres.
“A Guarda passa por um processo de capacitação constante e tem um papel fundamental, pois é responsável pelo primeiro atendimento às mulheres, que deve ser feito de maneira humanizada e acolhedora”.
Pazolini destaca, especialmente, a educação em tempo integral, que permitiu manter crianças e adolescentes por mais tempo na escola, e a inserção das mulheres no mercado de trabalho.
“Hoje (ontem) é o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. Eram quatro escolas em tempo integral e agora temos 41. Mães que cuidavam dos filhos e não tinham renda estão no mercado de trabalho, com salários maiores que os de seus agressores, rompendo o ciclo da violência”, afirma o prefeito.

Outra ação destacada pelo prefeito é a Casa Rosa, onde mulheres têm acesso a cursos profissionalizantes e direcionamento para o mercado de trabalho. “É um instrumento de consolidação de direitos. Cuida das mulheres, das crianças e dá apoio a todos os familiares que precisam”, avalia.
A comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa, destaca que o combate à violência contra a mulher envolve toda a sociedade.
“Não podemos colocar na conta da mulher em situação de violência toda a responsabilidade por se salvar. Precisamos prestar atenção às mulheres ao nosso redor, ligar para o 190, levá-la à Casa Rosa, ao Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv) ou mesmo acolher a vítima. Todos precisam ajudar a proteger as mulheres”.
Dayse reforça que a Guarda Municipal atua diariamente no enfrentamento da violência com patrulhamento preventivo, monitoramento e tecnologia.
Você sabia
A violência contra a mulher vai muito além da agressão física. Ela pode ser psicológica, moral, sexual ou patrimonial. Muitas vezes, o agressor tenta isolar a vítima e controlar sua vida. É preciso identificar esses sinais e buscar ajuda o quanto antes, afirma a comandante da Guarda Dayse Barbosa.
Saiba mais sobre a queda nos feminicídios em Vitória
Casa Rosa fez cerca de 16 mil atendimentos
O que fazer
- Em caso de emergência, ligue 190.
- Procure um local seguro, afastando-se do agressor.
- Registre a ocorrência em uma delegacia, preferencialmente a Delegacia da Mulher.
- Solicite medidas protetivas para afastamento do agressor.
- Acione a rede de proteção: o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv) e Botão Maria da Penha.
- Guarde provas: mensagens, fotos, áudios e exames médicos.
Botão Maria da Penha
Implantado em Vitória, é entregue a mulheres com medidas protetivas de urgência. Discreto e de fácil uso, envia a localização da vítima em tempo real à Central da Guarda, garantindo resposta rápida.
Efetivo capacitado
Identificar casos de violência, prestar escuta qualificada e oferecer acolhimento é uma rotina da Guarda Municipal. Todos os 421 guardas municipais receberam treinamento em “Atendimento a vulneráveis” e “Atendimento à Mulher em Situação de Violência”.
Casa Rosa
Inaugurada em outubro de 2021, a Casa Rosa já realizou cerca de 16 mil atendimentos, com equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
O atendimento inclui escuta qualificada, avaliação de risco, acompanhamento médico e psicossocial e ainda orientações para inserção no mercado de trabalho.
Funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Contato: 3332-3290, e-mail [email protected], Rua Hermes Curry Carneiro, nº 360, Ilha de Santa Maria.
Cramsv
O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência completa 19 anos em Vitória. Oferece atendimento psicológico, social e jurídico.
O primeiro atendimento é sem agendamento na Casa do Cidadão (Av. Maruípe, 2544, Itararé), de segunda a sexta, das 8h às 17h. Contatos: 98125-0138 e 3382-5464.
Fonte: Prefeitura de Vitória.
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