Diversão, cultura e lazer na 47ª Festa da Polenta em Venda Nova do Imigrante
Maior evento que celebra as raízes italianas no município, nas Montanhas Capixabas, acaba neste domingo

Um dos eventos mais tradicionais do Espírito Santo, a Festa da Polenta, que começou no último dia 3, em Venda Nova do Imigrante, chegou neste ano à 47ª edição. O evento reúne milhares de pessoas em torno da cultura venda-novense, cujas raízes estão fincadas nos costumes dos imigrantes italianos, que chegaram à cidade em 1892.
Passear pela festa, considerada patrimônio cultural imaterial do Espírito Santo, é curtir uma deliciosa combinação de diversão, cultura e lazer, com boa comida, histórias cativantes e vivências memoráveis. Este domingo (12), aliás, é o último dia para viver isso. Depois, só em outubro do ano que vem.
A primeira Festa da Polenta foi em 1979, idealizada pelo padre Cleto Caliman, falecido em 2005, para reunir as famílias.
“Começou pequena e hoje tem uma proporção enorme, tanto na quantidade de participantes quanto no propósito”, disse Tarcísio Caliman, presidente da Associação Festa da Polenta (Afepol), que estima para este ano um público total de 45 mil pessoas.
Além de atrativos gastronômicos, apresentações culturais e shows musicais fisgam o público.
Venda Nova do Imigrante é a Capital Nacional do Agroturismo e, graças principalmente à Festa da Polenta, é considerada também a Capital do Voluntariado no Estado. A tradição de repassar recursos arrecadados a entidades sem fins lucrativos é uma prioridade do evento. Só em 2024, foram R$ 470 mil doados.
Mais de 1.500 voluntários estão trabalhando. Na cozinha, o coração da Festa da Polenta, são dezenas de ajudantes. Cinco mil quilos de fubá, 3.200 quilos de macarrão, 1.200 quilos de carne moída e 4 mil quilos de frango, entre outros itens, estão sendo usados nos pratos servidos.
A estrela do evento chama mais atenção: 20 toneladas de polenta preparadas para os 20 tombos realizados ao longo da festa. Aliás, o tombo da polenta gigante é sempre o momento mais aguardado pelo público.
“Hoje fazemos festa em torno da polenta, que no passado era o sustento das famílias. Meu nonno dizia que, se eu não comesse polenta, não ia crescer, mas, na verdade, era para encher a barriga”, lembrou Tarcísio.
O prefeito da cidade, Dalton Perim, destaca a importância do evento. “A Festa da Polenta promove a solidariedade, gera renda e fortalece o turismo”, citou.

Rainha e princesas
A realeza da 47ª Festa da Polenta foi escolhida em um desfile realizado na primeira sexta-feira do evento e que considerou, além da beleza, o carisma, a cultura e a representatividade das descendentes de italianos. Isabela Targa Moura, no centro da foto, foi coroada rainha. Laiza Andrião Carnielli e Monique Mulinari ganharam como 1ª e 2ª princesas, respectivamente, entre sete candidatas. Elas homenagearam as primeiras rainhas da festa, eleitas desde 1991, vestindo trajes inspirados nos que elas usaram.
O que os turistas dizem

“Figurinha carimbada”
O comediante Diogo Defante, que acumula 4 milhões de seguidores no Instagram, marcou presença no primeiro sábado da Festa da Polenta e, mais do que um participante, foi praticamente uma atração do evento. Esbanjando simpatia, posou para fotos, registrou vários momentos da tradição capixaba e, inclusive, ajudou a tombar a polenta. Questionado sobre o que achou da festividade, garantiu que participará outras vezes. “Eu estou apaixonado pela Festa da Polenta. No ano que vem, sou figurinha carimbada aqui”, disse ele, comendo a raspa da polenta tirada do fundo da panela gigante.
Pronta para voltar
A turista mineira Franciane Ribeiro, de Governador Valadares, não conhecia Venda Nova do Imigrante e ficou sabendo da Festa da Polenta por meio de uma agência de turismo. “Decidi vir e estou amando a cidade e o evento. Já quero voltar nas próximas edições”, disse.

Três gerações juntas para curtir a festa
Os capixabas gostam de passear pelo Espírito Santo, e a Família Salla é prova disso. Gabriel, Marcelo e José – neto, pai e avô – saíram de Baixo Guandu, no Noroeste do Estado, para curtir a Festa da Polenta. “Viemos uma vez, gostamos e decidimos voltar. É um evento muito bonito, que valoriza e preserva a cultura local”, comentou José Salla.

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