Filipe Ret, fenômeno do trap faz show em Vitória. Leia entrevista exclusiva
Filipe Ret canta o repertório de “Nume”, projeto que explora temas como conflito interno, espiritualidade e autoconhecimento

Uma das maiores referências do trap nacional, Filipe Ret aterrissa na Fazendinha, em Vitória, sábado (11), e promete transformar o espaço em uma grande celebração ao trap e ao funk brasileiro. O show faz parte da turnê dos álbuns “Nume” e “Nume Epílogo”, trabalhos que marcam uma nova fase na trajetória do artista.
No palco, o público pode esperar um espetáculo que une conceito, visual e repertório em torno do universo simbólico de “Nume”, projeto que explora temas como espiritualidade, conflito interno e autoconhecimento.
Aos 40 anos, o rapper carioca coleciona marcos importantes em sua carreira e chega a Vitória em um momento de plenitude artística. Além da capital capixaba, Ret conta com outras 21 apresentações até fevereiro em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Maceió, Natal, Belém e Manaus.
Ret tem uma história de longa data com o público capixaba, que ele considera um dos mais fiéis e participativos do País.
“Eu já viajo para o Espírito Santo para fazer shows há mais de 10 anos. E a galera vem acompanhando com garra. O Estado está no radar dos que mais acompanham a trajetória do Ret”, afirma.
Ele lembra que o último show realizado no Espírito Santo foi um dos mais intensos de sua carreira. “Foi estrondoso, um dos maiores shows da turnê, um dos mais quentes que a gente fez, foi em Guarapari. A gente tem uma excelente relação com os capixabas”.
O artista também recorda momentos marcantes de afeto com o público capixaba, como quando, há cerca de 10 anos, decidiu cantar de graça após o cancelamento de uma apresentação. “Eu fui para outro lugar só para não deixar o público na mão”. Com nova sonoridade e repertório atualizado, Ret promete uma noite de intensidade.
Confira um pouco do que vai rolar no show do Felipe Ret
“Sempre fui muito bem recebido”
A Tribuna — A turnê é baseada nos discos “Nume” e “Nume Epílogo”. Qual é a história por trás desses álbuns?
Filipe RET — O “Nume” é um projeto muito espiritual. Ele fala sobre o sagrado, o profano e o equilíbrio entre esses dois mundos. “Nume” significa uma divindade pagã, um espírito, e eu uso esse nome pra me referir justamente ao Ret que, para mim, também é um espírito que me salvou.
Eu, como Filipe, fui a primeira pessoa que o Ret salvou. Foi o caminho que eu encontrei para sobreviver, viver melhor, prosperar. Eu tento reverenciar isso no disco, trazer essa ideia de que o Ret é algo sagrado pra mim. E o “Nume Epílogo” vem expandindo esse universo.
Das 22 cidades da turnê, Vitória é a oitava parada. Por que escolheu trazer o show para o Estado?
Os capixabas são um público fiel, que canta tudo, que entende a mensagem, que acompanha desde o começo. Sempre fui muito bem recebido. Quando a gente montou a turnê, não tinha como deixar de fora.
E o Espírito Santo tem essa parada de ter uma sintonia muito forte com o Rio de Janeiro. A cultura, o jeito, o comportamento. Então é quase uma extensão. O que acontece aqui no Rio, o Espírito Santo absorve com a mesma energia. Para mim, me apresentar para os capixabas representa respeito, carinho e gratidão. É retribuir o que o público me dá há tantos anos.
Você vai receber a Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O que significa esse reconhecimento para você?
Fico feliz demais com isso. Vou receber com gratidão. Mas acho que meu papel ali é também lembrar da importância daquela casa para o povo, para os menos favorecidos.
Eu nasci e cresci no Catete, comecei nas batalhas de rima, nas praças da Zona Sul. Então, receber essa homenagem agora, depois de tantos anos de caminhada, é um símbolo de reconhecimento pelo que o rap representa.
E como você se sente hoje sendo parte dessa construção do rap nacional?
Eu dou cada vez mais minha vida por isso. Tento mostrar a verdadeira essência do que é viver do rap de verdade nos meus vlogs.
Busco ser um exemplo. Não sou perfeito, porque eu erro, como qualquer ser humano, mas tento esclarecer, mostrar minha rotina, mostrar como eu vivo.
Hoje minha vida é totalmente dedicada ao rap. Eu trabalho 10 vezes mais do que há 10 anos atrás, e essa consciência da minha importância só aumenta.
Eu tento dar uma direção, porque tem muito moleque novo achando que é fácil, mas não é. Tem que ter dedicação, cabeça no lugar.
É muito fácil se perder no caminho, virar refém de você mesmo, achar que você é o elogio que recebe. Mas o artista é amplo, ele tem que saber se libertar no momento certo, mostrar outras faces, outros universos. Tudo isso faz parte da razão social do artista.
Serviço
Filipe Ret – Turnê Nume
- Atrações: Filipe Ret, ML da Vila, Bero Costa, Gabriel Pratti e Fabricio V.
- Quando: Sábado (11)
- Abertura dos portões: 22 horas
- Local: Fazendinha Shows. Rodovia Serafim Derenzi, Grande Vitória, Vitória.
- Classificação: 18 anos
- Ingressos: A partir de R$ 120 (pista premium/Meia/ Lote 5)
- Venda: Zig.ticket
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