Pernambuco tem possíveis casos de intoxicação por metanol com duas mortes
Três homens foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Dois deles morreram e um teve perda de visão

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) foi notificada no final da tarde desta terça-feira (30) sobre possíveis casos de intoxicação por metanol envolvendo três homens, o que resultou em duas mortes. Os pacientes, sendo dois da cidade de Lajedo e um de João Alfredo, municípios do Agreste, foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.
Esta é a primeira vez que possíveis casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas são registrados fora de São Paulo. O governo paulista informou nesta terça-feira (30) que cinco pessoas morreram após sete casos de intoxicação por metanol no estado. Apenas uma das mortes foi comprovadamente causada por consumo de bebida alcoólica adulterada; as outras quatro continuam sendo investigadas.
Duas vítimas fatais e um sobrevivente com sequela
Em Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, dois dos pacientes vieram a óbito. O terceiro, após receber alta hospitalar, ficou com perda de visão bilateral como sequela. Em casos como este, a unidade hospitalar tem o papel de relatar o quadro clínico, notificar a ocorrência e registrar as informações colhidas junto ao paciente como exames e relatos de sintomas e possíveis causas. Contudo, a investigação cabe às vigilâncias estaduais. Para os óbitos com suspeita de intoxicação, o corpo é encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para a realização de exames conclusivos.
Fiscalização e alerta à população e serviços de saúde
Após a notificação, a Apevisa iniciou imediatamente a preparação de ações de fiscalização em distribuidoras de bebidas alcoólicas. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) irá emitir orientações tanto para a população quanto para as vigilâncias sanitárias municipais. O foco principal é a intensificação das vistorias para coibir possíveis fraudes nos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas.
Sinais de intoxicação e canais de denúncia
Os sintomas iniciais de intoxicação por metanol, como náuseas, vômitos, dor abdominal e sonolência, podem ser facilmente confundidos com os da ingestão de álcool comum. No entanto, o quadro pode se agravar significativamente entre 6 e 24 horas após o consumo, com o surgimento de sinais mais graves, como visão turva, fotofobia, cegueira, convulsões e até coma.
A Apevisa reforça a importância de os serviços de saúde notificarem imediatamente todos os casos suspeitos ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e ao Cievs/PE. A Agência também orienta a busca ativa de pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma origem e a capacitação das equipes de saúde para o manejo clínico adequado, que inclui o uso de antídotos específicos e hemodiálise em casos graves.
No campo da vigilância sanitária, a orientação é intensificar a fiscalização, coletar amostras suspeitas para análise laboratorial, interditar preventivamente lotes e articular ações conjuntas com Procon, Ministério Público e forças de segurança.
A população deve redobrar a atenção e verificar se a bebida possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), rótulo completo e lacre adequado, além de comprar apenas em locais confiáveis. A Apevisa alerta, ainda, para o cuidado com drinques prontos e para a necessidade de evitar produtos sem procedência ou com preços muito abaixo do mercado.
O Estado disponibiliza o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-PE), que funciona 24 horas para orientar consumidores e profissionais de saúde, pelo telefone 0800 722 6001.
Denúncias sobre irregularidades podem ser feitas pelos seguintes canais:
Ouvidoria da SES-PE: 136 / [email protected]
Procon-PE: 0800 282 1512 / (81) 3181-7000 / [email protected]
Delegacia de Crimes contra o Consumidor (Decon): (81) 3184-3835 / [email protected]
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