Conheça aplicativos que controlam calorias e ajudam a perder peso
Ferramentas gratuitas estimulam pessoas a criar consciência alimentar e identificar ingredientes nocivos em produtos processados

A tecnologia pode ser uma boa aliada para formular dietas, reduzir calorias e perder peso. Aplicativos grátis estimulam pessoas a criar consciência alimentar, e também a identificar ingredientes nocivos em alimentos ultraprocessados.
É o que afirma a professora e coordenadora executiva do curso avançado de medicina da obesidade da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Francieli Barreiro.
A convite da universidade, A Tribuna participou de um evento em São Paulo, que reuniu profissionais de todo o Brasil, onde o assunto foi abordado.
“Atualmente, existem aplicativos que permitem registrar refeições em tempo real, e que contabilizam calorias e nutrientes. Tudo isso estimula a consciência alimentar e ajuda a saber o valor nutricional e calórico dos alimentos que você está ingerindo. Já outros aplicativos mostram características de produtos industrializados e ultraprocessados”.
O aplicativo Desrotulando foi apontado pela professora para pessoas que querem enxergar o impacto de produtos ultraprocessados na dieta.
“São alimentos que possuem grande quantidade de aditivos, como açúcar e gordura adicionada. Após baixar e instalar o aplicativo, é possível escanear o código de barras do produto com a câmera do celular. Uma nota de 1 a 100 será atribuída, nas cores vermelha, amarela e verde. A nota 1 na cor vermelha indica produtos a serem evitados, e a 100 na cor verde, alimentos que podem ser consumidos diariamente”, explicou.
A organização é um dos pontos chaves para qualquer dieta funcionar, e a tecnologia, através dos aplicativos, é um recurso que ajuda muito, destacou a nutricionista Fernanda Duarte.
“Se você utiliza o aplicativo, é possível ter uma organização melhor da rotina alimentar. A melhor dieta é aquela que se molda em nossa vida, e como o celular está o tempo todo conosco, tem um aplicativo para ajudar na dieta é fantástico”.
A nutricionista pondera, também, que o farto acesso à informação possibilitado pela tecnologia permite aprender mais sobre alimentação saudável.
“Acessar sites especializados e ler artigos sobre nutrição e dieta podem facilitar o processo de seguir a sua própria dieta”.
Entretanto, Fernanda ressalta que é necessário cautela ao utilizar Inteligência Artificial (IA) para montar dietas: “Há o risco do robô fornecer informações imprecisas, levando a dietas desequilibradas ou baseadas em dados incompletos, e isso pode ser prejudicial”.
Contador de calorias

“O aplicativo me ajudou a entender o impacto dos alimentos na minha rotina. Pude comer de forma consciente e sem deixar de lado aquilo que gosto”.
Esse é o relato de Camila Borges, mestranda em Comunicação que usou o app FatSecret após consulta com nutricionista.
“Eu gostava muito da praticidade e facilidade de monitorar minha rotina alimentar. A principal função do app é contar as calorias. Você adiciona numa lista aquilo que consumiu durante o dia, e o programa diz quantas calorias você ingeriu”.
Camila diz ainda que o aplicativo “dá visualizações semanais e mensais mostrando quantas calorias foram ingeridas nesses períodos”.
Veganos e vegetarianos consomem mais ultraprocessados
Apesar de vegetarianos e veganos apregoarem evitar ou até eliminar produtos de origem animal do consumo, e defenderem a ingestão de alimentos como frutas e vegetais, são eles a parcela da população brasileira que mais está ingerindo ultraprocessados.
É o que aponta estudo realizado com mais de 20 mil pessoas, destaca Ana Carolina Vasques, professora doutora do curso de Nutrição da Unicamp e coordenadora do projeto de formação em medicina culinária (MeNu) do campus.
"Quanto mais os participantes evitavam alimentos de origem animal, maior foi a participação de ultraprocessados na dieta. A participação média desse tipo de alimento na dieta de veganos e vegetarianos foi de 39,5% e 37%, respectivamente. Já pessoas onívoras, que comem de tudo, consomem 33% de ultraprocessados na alimentação".
Os números são explicados pela oferta de produtos ultraprocessados a base de plantas para veganos e vegetarianos.
"Observamos um aumento no marketing de produtos "plant-based", o que pode levar ao maior consumo de ultraprocessados a pessoas adeptas a esse tipo de alimentação", disse.
A professora destaca ainda que produtos anunciados como veganos ou vegetarianos "não são sinônimos de algo necessariamente saudável. Isso depende da lista de ingredientes do produto”, que podem conter aditivos adicionados como sódio e gordura.
Fique por dentro
Desrotulando
Com mais de 60 mil produtos avaliados, o aplicativo gratuito dá nota para alimentos ultraprocessados. Basta escanear o código de barras que o app dá uma nota de 0 a 100, nas cores vermelha, amarela ou laranja e verde. O aplicativo também aponta a quantidade de aditivos como açúcar e gordura adicionada. Disponível no Play Store e na Apple Store.
FatSecret
Contabiliza calorias e nutrientes, oferece diário alimentar e controla o peso do usuário a partir da inserção do peso inicial e do objetivo almejado, além de apontar qual deveria ser o valor calórico que deveria ser consumido por dia. Disponível no Play Store e na Apple Store.
My Fitness Pal
Permite registrar refeições, além de também permitir escanear o código de barras de alimentos contidos dentro de embalagens, e registra as calorias desses produtos. Disponível no Play Store e na Apple Store.
TecnhoNutri
Registra a alimentação em tempo real, controla calorias ingeridas, além de indicar aplicativos de exercícios físicos em função da contagem de calorias, para ajudar na conquista de objetivos de redução de peso corporal e também de realização de atividade física. Disponível no Play Store e na Apple Store.
Receitas Light
Ideal para quem quer variar o cardápio sem sair da linha. Traz opções saudáveis para diferentes momentos do dia, com informações calóricas, ingredientes detalhados e modo de preparo com fotos, que auxiliam o preparo. Disponível no Play Store e na Apple Store.
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