Um em cada cinco óleos para carros é falso, aponta instituto
Prática coloca em risco a saúde dos motores, podendo causar falhas graves e custos de até R$ 12 mil em reparos

Um em cada cinco óleos lubrificantes vendidos no País é falso ou fora das especificações estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). É o que alerta o Instituto Combustível Legal (ICL).
Além de provocar prejuízos bilionários aos cofres públicos, a prática coloca em risco a saúde dos motores, podendo causar falhas graves e custos de até R$ 12 mil em reparos, aponta o instituto.
A venda desse tipo de produto falsificado também é vista no Espírito Santo, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado (Sindirepa-ES), Diego Freitas Receputi.
“Hoje temos recebido alguns casos quanto à falsificação de óleo no Estado. Devido à grande quantidade de marcas no mercado, o consumidor muitas vezes não sabe a hora de escolher a melhor marca”, diz o representante.
A falsificação do produto pode ocorrer de diferentes maneiras. Uma delas, como explica Receputi, é quando utilizam restos de óleo de motor acrescidos de aditivos.
“Muitas vezes temos óleo de motor sem a autorização de venda da ANP, na maioria das vezes produtos importados sem a autorização no Brasil. O que acontece com mais frequência”, comenta.
A facilidade de produzir uma embalagem igual ou até pegar embalagens já utilizadas, que podem ser lavadas, também pode propiciar esse tipo de fraude, afirma o especialista em reparo automotivo Eduardo Dalla Mura.
“E o problema é que o óleo tem uma especificação própria para cada tipo de carro. Por exemplo, os carros os carros que têm a correia dentada banhada a óleo precisam estar em um aditivo chamado dex. Se não houver esse aditivo, a correia pode quebrar e afetar o motor do carro”, detalha.
O tipo de desgaste de óleo daquele motor e a viscosidade não sendo a recomendada pelo fabricante do motor ou do veículo podem também causar problemas mecânicos graves, gerando um prejuízo alto.
Solicitar a nota fiscal, verificar se o produto tem o selo de qualidade do fabricante, conferir o número do lote e o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) presentes no rótulo são algumas das recomendações dadas pelo ICL para evitar cair na fraude.
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Problema é mais comum nas compras pela internet
Embora seja real o problema com a venda de óleo de motor falsificado no mercado, a maioria dos estabelecimentos comerciais locais, como oficinas e postos de combustíveis, comercializam o produto com qualidade.
É o que afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa-ES), Diego Receputi.
Para ele, oficina e autopeças legalizadas, por exemplo, possuem fiscalizações rotineiras que dificultam a venda de produtos falsificados, criando uma relação de maior confiança com o consumidor.
Os óleos comprados pela internet, em lojas não confiáveis, são a origem dos produtos vendidos com falsificação, aponta.
O especialista em reparo automotivo Eduardo Dalla Mura comenta, por exemplo, que só compra óleo de uma empresa autorizada. “(É uma empresa) da qual eu conheço os donos, conheço a fábrica que produz para eles, e assim nunca tive nenhum tipo de problema. Motor hoje é uma coisa muito cara de consertar”, afirma.
Como fugir das ciladas
1. Solicitar a nota fiscal
A nota fiscal é a garantia de que o produto foi adquirido de um revendedor legalizado. Sem ela, não há como comprovar a procedência do óleo — o que é comum em casos de falsificação.
2. Verificar o selo de qualidade
Óleos originais trazem selos de certificação e segurança na embalagem. Fique atento a lacres violados, ausência de hologramas ou selos mal aplicados — sinais frequentes de adulteração.
3. Conferir o número do lote e o CNPJ
Produtos legítimos mostram, de forma clara, o número do lote e o CNPJ do fabricante. Compare com informações no site oficial da marca e verifique se o CNPJ realmente existe, acessando a Receita Federal.
4. Consultar o manual do carro
Verifique qual é o tipo de óleo recomendado pelo fabricante do seu veículo. Golpistas costumam vender produtos genéricos ou com especificações erradas, que não atendem às exigências do motor.
5. Evitar lojas on-line duvidosas
A venda de óleo falsificado é comum em marketplaces e sites com pouca ou nenhuma verificação dos vendedores. Dê preferência a distribuidores autorizados ou marcas conhecidas. Desconfie de preços muito abaixo do normal.
6. Atenção aos detalhes
Erros de ortografia, rótulos tortos, tampa mal encaixada ou óleo com cheiro ou coloração estranhos são indícios fortes de falsificação.
7. Pesquise a reputação do vendedor
Antes de comprar, pesquise o nome da loja ou vendedor na internet. Verifique avaliações de outros clientes, comentários em redes sociais e sites de reclamação. Uma reputação negativa pode indicar risco de fraude.
8. Desconfie de embalagens muito antigas ou diferentes
Óleos com design antigo, embalagem amassada ou diferente do padrão da marca podem ser produtos vencidos, reutilizados ou falsificados. Compare com imagens oficiais no site do fabricante.
9. Evite comprar óleo a granel ou reembalado
Óleo lubrificante deve ser comercializado em embalagens lacradas de fábrica. Produtos vendidos em galões genéricos ou transferidos para outras embalagens são altamente suspeitos.
10. Cheque validade do produto
Todo óleo lubrificante tem prazo de validade, que deve estar impresso de forma clara na embalagem. Produto vencido pode comprometer o desempenho do motor e é frequentemente usado em fraudes.
11. Fique atento a promoções exageradas
Se a oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente é. Golpistas usam preços muito baixos para atrair compradores desavisados com óleo adulterado ou falsificado.
Consequências
A prática gera prejuízos bilionários aos cofres públicos e coloca em risco a saúde dos motores, podendo causar falhas graves e custos de até R$ 12 mil em reparos, segundo o ICL.
As irregularidades colocam também em xeque a segurança dos veículos e a garantia de fábrica.
Com a falta de lubrificação, acontece o desgaste de motor e cabeçote. Para o presidente do Sindirepa-ES, Diego Receputi, o prejuízo pode chegar a R$ 10 mil em casos externos.
Há ainda o risco de obstrução do sistema de lubrificação, que cria danos em componentes, chegando a R$ 7 mil de prejuízos.
Fontes: Itatiaia e pesquisa A Tribuna.
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