Suspeitos confessam assassinato de colega em mesa de bar na Serra
Clientes testemunharam o momento em que Dário Alves de Oliveira e Charme Santos de Souza contam detalhes sobre a morte da vítima

Dois homens, identificados como Dário Alves de Oliveira, conhecido como “Ceará”, 51 anos, e Charme Santos de Souza, 40 anos, foram presos após matar Claudiomar Costa Souza, apelidado como "Biguá", 39 anos, em maio deste ano, na Serra.
De acordo com o adjunto da Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa da Serra, delegado Paulo Ricardo Gomes, os três estavam bebendo e jogando sinuca em um bar, quando Charme e Biguá se desentendem.
Dário, que já havia descutido com "Biguá" anteriormente devido a partilha dos lucros das pescas que Claudiomar fazia com o barco que arrendou de "Ceará", se junta a Charme para planejar a morte da vítima.
Em seguida, os suspeitos e a vítima saíram juntos do bar, entraram no carro de Dário e teriam se deslocado para beberem em outro local. No entanto, Claudiomar Souza é morto a facadas no meio do caminho.
"Uma pessoa querida por lá, apesar de ter apresentado problemas psiquiátricos, segundo testemunhas e também segundo familiares. Ele apresentava esses problemas psiquiátricos e tinha um problema de consumo de bebida alcoólica, né? Por isso ele frequentava com bastante incidência o bar da região. É o mesmo bar em que começa os fatos", expôs Gomes.
O corpo da vítima foi encontrado dois dias depois do crime, por uma equipe de reportagem, em uma área de plantação de eucaliptos em Nova Almeida, na Serra.
Ainda segundo o delegado, após o crime, os suspeitos tiraram o excesso de sangue e lama do carro e das vestes e foram para casa de Charme, onde limparam o resto dos vestígios e tomaram banho. Juntos, eles retornam ao bar para beberem e permacem lá por cerca de duas horas.
As investigações começaram após clientes relatarem que os suspeitos estavam comentando detalhes do crime que cometeram em uma mesa de bar enquanto bebiam, assumindo o assassinato.
Diferentes versões
O delegado Paulo Ricardo Gomes expôs que os suspeitos apresentaram duas versões distintas sobre o crime, as quais foram desmentidas pela Polícia Científica do Espírito Santo.
Segundo Dário, ele saiu do bar para dar uma volta na estrada que liga Jacaraípe a Nova Almeida, quando a vítima e Charme pediram uma carona. No caminho, Charme, que estava no banco de trás com "Biguá", pediu para desviar o caminho, momento em que Dário percebeu que a vítima havia sido esfaqueada na clavícula e sangrado até a morte.

Contudo, Charme alegou que foi Dário quem convidou ele e Biguá para irem até outro bar e que, durante a rota até o local, a vítima retomou a discussão da pesca com Dário e pegou uma faca da cintura. Diante da situação, ele disse que interviu para pegar a faca, iniciando uma luta corporal e, devido a uma freada brusca, esfaqueou acidentalmente "Biguá".
Em ambas versões, os suspeitos apontaram que se deslocaram para a região onde o corpo foi encontrado, pararam o veículo, arrastaram o corpo e o deixaram sob o solo, cobrindo-o com vegetação e lixos que estavam no local.
As investigações
De acordo com as investigações Charme seguiu a vida normalmente. No entanto, Dário fugio primeiro para Águia Branca e depois para Rondônia, onde pemaneceu com familiares por duas semanas.
Dário foi preso em junho quando retornou ao Estado para reinscindir seu contrato de trabalho. A prisão foi resultado de um monitoramento realizado pelo Cerco Inteligente do Governo do Estado e o Laboratório de DNA Forense da Polícia Civil.
Ainda conforme as investigações, Charme já respondia em liberdade por outro crime de homicído que praticou na Bahia. Testemunhas contaram que ele era conhecido na região por andar armado com uma faca.
"Indiciamos os dois, o Dário e o Charme por homicídio qualificado por motivo futil, tendo em vista a discussão banal que aconteceu no próprio bar e também pelo motivo pretério relacionado a essa divisa da pesca. E também por recurso que dificultou a defesa da vítima" explicou Gomes.
Os dois suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional.
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