Histórias Empresariais: Grupo Contauto prepara expansão no ES
Expansão inclui Auto Center em Guarapari, loja de caminhões em Cachoeiro e abertura de unidade para motos premium na Enseada

O Grupo Contauto prepara expansão no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais. No Estado, a ampliação inclui um Auto Center em Guarapari, uma loja de caminhões em Cachoeiro, além da inauguração de uma loja Moto Vena para motos de alta cilindrada na Enseada do Suá.
Esses e outros pontos foram citados pelo diretor do Grupo Contauto e gerente-geral da Moto Vena, Gabriel Rizk, em entrevista ao editor de Economia e Política da Rede Tribuna, Rafael Guzzo.
A Tribuna - Qual a estrutura atual do Grupo Contauto?
Gabriel Rizk - São, ao todo, seis empresas que compõem o Grupo Contauto, todas no ramo automotivo, e incluem, além da Moto Vena, a Foton, focada no ramo de caminhões e caminhonetes; a Multimarcas, que se concentra no mercado de seminovos; e o Auto Center Pirelli, para pneus.
O grupo tem 54 anos e foi fundado pelo meu pai, Apollo Rizk. Tudo começou quando meu avô entrou em sociedade numa concessionária da Ford em Vila Velha. Meu pai estava trabalhando no Rio e veio a Vitória assumir a área comercial. Depois, começou a comprar dos sócios do meu avô e no final, comprou a parte do meu avô.
A partir da loja de Vila Velha, veio a da Serra, a de Vitória e outras conquistas que tivemos.
A indústria teve, este ano, a maior produção de motos em 14 anos. Como está o mercado?
Está aquecido. Na Grande Vitória, cerca de 2.500 a 3 mil motos foram vendidas neste ano, e 70% delas são da Honda, que representamos. É um mercado que vem crescendo e que ganhou ainda mais força com a pandemia, porque as pessoas começaram a prezar pela agilidade no trânsito e em evitar o uso do transporte público.
Isso sem contar que os aplicativos de transporte e entrega, via motos, ganharam muita força. A projeção de vendas da Honda, no Brasil, é de 1,5 milhão este ano.
Eles ensaiaram produzir isso em 2012, mas tiveram alguns problemas. Agora, o mercado está quente de uma forma que esse é o número que a fábrica está preparada para fazer este ano.
Que tipo de moto é mais procurada, mais vendida?
São vários estilos. Mas as de baixa e média cilindradas, vamos dizer, de 110 a 300, são as mais procuradas, 93% do mercado. Claro que há as acima disso, um mercado que vem crescendo. Mas são motos mais para o fim de semana.
Só que, mesmo sendo veículos para momentos mais de lazer, estão com um público crescente, ao ponto de estarmos investido em uma loja especificamente para ele, na Enseada do Suá.
Deve ser inaugurada no primeiro semestre do ano que vem. Serão três pavimentos de loja, cada um com ambiente diferente. Será uma loja modelo para todo o Brasil.
E qual é a moto mais procurada por esse público?
Costumam ser as de cilindradas mais altas. A Africa Twin, da Honda, por exemplo, tem ganhado mercado. A mais cara seria a Goldwing de 1.800 cilindradas, que custa em torno de R$ 325 mil. As que chegam ao Brasil são vendidas imediatamente.
Empresários em geral falam que têm dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, pessoas que sejam dispostas a trabalhar. É uma realidade também para o grupo Contauto?
Achar mão de obra qualificada, já qualificada, realmente é um pouco mais complicado. Mas nós temos um regimento de treinamento muito grande, e a gente precisa realmente qualificar essa mão de obra para que ela possa sair vendendo, ganhar um salário decente e ir se aperfeiçoando para crescer dentro da nossa estrutura.
Isso é algo muito interessante dentro do nosso grupo. A gente dá uma preferência muito grande para quem já está na nossa estrutura na hora de fazer o crescimento para uma supervisão, um vendedor, um líder, um outro cargo, que seja qualquer um, gerência, etc.
Muitos dos nossos colaboradores vieram de baixo. Um foi lavador de carro, o outro foi um ajudante de mecânico, o outro veio como menor aprendiz. Então nós temos sucesso de pessoas que estão com a gente há muitos anos.
E para vender bem, para ser um bom vendedor de moto, tem de ser apaixonado por moto?
Não tem de ser, mas é uma vantagem. Você consegue descrever para o cliente a sensação. Consegue passar melhor a sensação para o cliente. Mas temos excelentes vendedores que não andam de moto.
E dá para ganhar bem vendendo motocicletas?
Nós temos uma equipe de venda que eu posso falar que entra aí de R$ 5 mil a R$ 20 mil. A gente preza muito exatamente pela produtividade do vendedor, para que ele se sinta satisfeito, para que ele possa continuar na nossa empresa.
O grupo está presente em Betim, Minas, e Vitória da Conquista, na Bahia. Há uma expansão em curso? Como é ela?
Estamos com um projeto para trazer a Foton para Guanambi, na Bahia. Dentro de Betim também vamos ampliar. Não dá para abordar Minas inteira neste momento, mas vamos ampliar a presença em Betim. Também vamos ampliar nossa presença no Estado, com uma loja da Foton em Cachoeiro e um Auto Center em Guarapari.
Também temos projetos, não concretos, em Barra de São Francisco e Venda Nova, por exemplo.
Qual legado a Contauto quer deixar para o Estado?
De respeito. Respeito com os colaboradores, com os clientes. Muito treinamento e trabalho. É essencial ter um ambiente de trabalho em que os funcionários estejam felizes, que é a nossa realidade. Para se perpetuar no mercado, só com muito treinamento, muito respeito e muita transparência.
Quem é
Gabriel Rizk
É formado em administração pela UVV e é pós-graduado em administração de empresas pela FGV.
Desde 2008 passou a atuar mais no ramo de motocicletas da empresa, tendo passado também pelo setor financeiro, pela área de vendas e na de pós-vendas.
Assista a entrevista completa
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