Mulheres formam brigada de combate a incêndios
De comunidades quilombolas, elas são treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate a incêndios

Vem do Norte capixaba o exemplo de que lugar de mulher é onde ela quiser. Ivanete, Thais, Joice e Agnes mostram que são capazes de pegar no pesado e encarar situações arriscadas, como combater um incêndio florestal, atividade que antes era realizada apenas por homens.
O quarteto de mulheres, moradoras de comunidades quilombolas do Norte do Espírito Santo, foi treinado e capacitado para compor a primeira brigada feminina de combate a incêndios da Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto.
Cada uma tem uma função específica dentro do time, que vai desde a identificação dos focos, análise da área incendiada até o próprio combate e controle. Mas não é só apagar incêndio: elas também são capazes de prestar os primeiros socorros e gerenciar emergências.
A primeira a ingressar na brigada foi Ivanete Blandino de Oliveira, moradora da comunidade São Domingos, interior de São Mateus. “Estou na Suzano há um ano e sou a primeira mulher a integrar uma brigada de incêndio da empresa na região, após participar de um processo de seleção destinado a moradores das comunidades quilombolas. Logo depois vieram as outras mulheres, que passaram a ingressar no time, surgindo assim a primeira brigada feminina”, relata Ivanete, que antes de se tornar brigadista trabalhava como doméstica.
Desafio
Quem também faz parte da brigada é Agnes Pereira, de 29 anos. A motivação para ingressar na área surgiu como um desafio.
“Eu acho que a gente tem que sair desse mesmismo e eu estava nessa fase de ficar confinada. Eu sentia a necessidade de me desafiar. Querer mostrar para você que você consegue, ainda mais num ambiente completamente masculino, que é o que a gente vive. Então, foi muito desafiador. Hoje virou cotidiano. Mas no início foi complicado, tanto no combate quanto no convívio com os meninos.”
Essa iniciativa pioneira da Suzano promove diversidade e um ambiente inclusivo. A primeira brigada feminina de combate a incêndios fica baseada no Centro de Operações de Conceição da Barra (COCB).
O que elas dizem
“É um privilégio, porque eram só homens, e hoje a gente tem essa oportunidade, principalmente as mulheres da comunidade. ,

“A gente prova todos os dias que é capaz, porque quando entra para a brigada feminina, todo mundo acha que você não dá conta. ,

Equipe mantém resultados e performance
Desde que a equipe feminina de brigadistas que atua no combate a incêndios na área da Suzano, no Norte do Estado, começou a atuar, há cerca de três meses, os resultados são positivos e a performance é a mesma do time masculino. A avaliação é do supervisor de Operações Florestais, Odair Amorim.
“Elas mantêm a mesma performance do pessoal masculino e se destacam por serem mais criteriosas”, conta o supervisor, acrescentando que, na hora de um chamado, a equipe que vai atender é a que se encontra mais próxima da ocorrência. Nessa hora, independe se é masculina ou feminina.
O gerente executivo de Inteligência Patrimonial da Suzano, Douglas Guedes, também considera positiva a atuação da equipe feminina. “Nós fomos pioneiros nessa iniciativa e estamos muito satisfeitos com os resultados. Em outros estados do Brasil também temos mulheres atuando nas brigadas, mas o Espírito Santo foi o primeiro estado onde conseguimos formar uma equipe inteira composta por mulheres. O mais interessante é que todas elas são moradoras de comunidades próximas às nossas áreas de proteção florestal.”
A Suzano segue investindo em tecnologias de monitoramento, brigadas especializadas e parcerias estratégicas para mitigar os incêndios florestais. Além disso, a empresa conta com o apoio da comunidade para denunciar focos de incêndio por meio do canal Guardiões da Floresta.
Saiba Mais
- A logística do combate dos focos começa pela central de monitoramento, que identifica e aciona a equipe de combate.
- Em 2024, a Suzano registrou uma redução de 61% no número de ocorrências em suas áreas de plantio em todo o País, reflexo dos investimentos da empresa no setor.
- Nos estados do Espírito Santo e Bahia, entre os principais recursos utilizados pela Suzano estão os Sistemas de Monitoramento Avançados, que operam por meio de torres equipadas com câmeras de alta resolução e inteligência artificial, capazes de identificar fumaça automaticamente. Essas torres transmitem imagens 24 horas por dia para uma Central de Monitoramento, garantindo vigilância contínua e rápido tempo de resposta.
- A Suzano é uma das empresas que atua de forma integrada com as instituições especializadas no combate às queimadas, e busca contribuir com a proteção do patrimônio natural brasileiro, sempre comprometida com a preservação ambiental e a segurança da comunidade.
- A empresa também alerta que provocar queimadas é crime ambiental, sujeito a penalidades severas conforme a legislação brasileira.
- Em caso de identificação de focos de incêndio, a população pode acionar as autoridades locais e ligar ou enviar mensagens via Whatsapp para o Guardiões da Floresta, pelo número 0800 203 0000, a fim de obter informações sobre como contribuir com a proteção das florestas ou reportar problemas para evitar danos ainda maiores.