CEO do QualiSaúde: “Vender plano de saúde pode dar 40 mil ao mês”
Flávio Cirilo diz que remuneração é alcançada pelos consultores mais dedicados e que há chances na profissão
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Vender plano de saúde pode dar uma renda mensal acima de R$ 40 mil. É o que afirma o CEO da administradora de QualiSaúde, Flávio Cirilo.
A empresa atua como administradora de benefícios, atuando para empresas, órgãos públicos ou entidades como sindicatos e associações que desejam contratar um plano de saúde coletivo, fornecendo assessoria nesse processo.
Presente em 18 estados brasileiros, a QualiSaúde planeja expandir sua atuação para todo o País até 2026, com o objetivo de atingir 60 mil clientes até dezembro.
Durante entrevista ao editor de Economia e Política da Rede Tribuna, Rafael Guzzo, Cirilo falou do mercado da saúde e até de como a busca por atestados médicos prejudica o atendimento a quem realmente precisa de cuidados.
Confira a entrevista completa abaixo.
A Tribuna - O mercado de planos de saúde movimentou, no ano passado, um valor de R$ 5 bilhões. Qual é a taxa de cobertura percentual da população do Estado com plano de saúde?
Flávio Cirilo - Atualmente, está em 33%. Empatados com Brasília. Só perdemos para São Paulo e Rio de Janeiro. Vitória, por exemplo, tem 61% da população com plano de saúde.
Desde a pandemia, os reajustes dos planos de saúde ficaram mais “salgados” para a população. Você acredita que isso vai se atenuar, ou continuar?
Se não mudar, o formato da saúde no País vai precisar passar por uma mudança geral. Você hoje tem uma inflação média (índice que afeta diretamente o reajuste dos planos de saúde) de 17%.
É ruim até para a operadora, porque o plano pessoa física teve reajuste de 7%. Inviabilizou esse mercado e fez com que o mercado coletivo para adesão formou uma regra de segurar o reajuste.
Há algo que pode ser feito?
Sim. O governo chegou a tentar fazer um plano popular, que garantisse ao menos consulta e exame, que muita gente depende disso no SUS e não consegue. A demanda é tão alta que o SUS não aguenta. Mas muitas entidades foram contra e o plano caiu por terra.
É uma pena porque isso iria desafogar o SUS e criaria uma condição para o sistema privado de saúde.
Desafogaria as operadoras de saúde e melhoraria a capacidade diagnóstica da população, deixando o SUS apenas com o que fosse hospitalar, urgente, ou contínuo. Eu acreditava muito nesse projeto do governo.

Imagino que, dentro dessa questão de desafogar a área da saúde, entre também a questão dos atestados. Eles têm seu impacto nas filas enfrentadas pelos clientes?
Tem quem use de forma incorreta o plano de saúde, até para conseguir um atestado. As empresas que tinham teleconsulta, por exemplo, retiraram porque isso virou um problema. É uma parcela pequena da população, mas estava saindo do controle.
E, ainda assim, é uma quantidade considerável de pessoas que busca atendimento para obter o atestado médico sem precisar.
E aí a pessoa que realmente precisa de atendimento ou que leva o filho para ser atendido, acaba sendo prejudicada porque tem de enfrentar fila. Isso vale tanto pra rede pública, quanto para a rede privada.
“Nós tivemos recentemente a iniciativa de lançar, junto com o Senac, o primeiro curso (para consultor de plano de saúde) Flávio Cirilo, CEO da QualiSaúde
A QualiSaúde atua com quantos colaboradores?
São 82 colaboradores diretos. Corretores vinculados hoje, a gente já passou de 13 mil corretores. Nessas 18 praças que nós estamos, você vai credenciando as corretoras e as corretoras têm os corretores, os consultores. São 13 mil nos 18 estados. Aqui no Espírito Santo, nós temos hoje aqui ativos, 1.200 corretores ativos.
E vale a pena trabalhar como corretor?
Vale muito. O vendedor de plano de saúde vende, em média, cinco vidas por mês. Numa cidade como Vitória, que tem mercado aquecido para o setor, ele pode ganhar R$ 5 mil por mês, com cinco clientes num mês, porque seriam R$ 1.000 de ganho por vida, por exemplo.
Mas falta alguém que tome conta da categoria, para que ela seja mais fortalecida.
Nós tivemos recentemente a iniciativa de lançar, junto com o Senac, o primeiro curso profissionalizante da área, formamos turma na última segunda-feira, com 30 alunos. Curso técnico, 36 horas, validado pelo Senac nacional.
Essa turma está entrando num mercado que paga R$ 40 mil mensais, se você for focado. Porque essa é a média, mais ou menos 40 vidas por mês. Os Top-10 da área, por exemplo, chegam a ganhar mais de R$ 60 mil.
Um vendedor consegue tranquilamente fazer 20 vidas no mês. Mas muitos desistem porque não há incentivo, porque não há essa proteção à categoria. E, ao mesmo tempo, as empresas da área sofrem por terem dificuldade de encontrar vendedores.
“Queremos, até dezembro, atingir 60 mil clientes. E estar presentes em todos os estados até 2026. Hoje, estamos em 18 Flávio Cirilo, CEO da QualiSaúde
A QualiSaúde tem 40 mil clientes e atua em 18 estados atualmente. Quais os planos para o futuro?
Queremos, até dezembro, atingir 60 mil clientes. Estamos num caminho legal, vendendo em média 3.500 vidas por mês.
Até 2026 o nosso plano é estar em todos os estados do País. Estamos começando a implementar filiais no Nordeste, e isso é importante para fidelizar a relação com o corretor. Passa uma segurança maior ao profissional para que ele queira seguir trabalhando com você.
Perfil
CEO tem 25 anos de experiência
Flávio Cirilo
CEO da Quali Saúde,tem 25 anos de experiência no setor de planos de saúde, tendo atuado dez anos no sistema Unimed e 15 anos em Administradoras de Benefícios.
É graduado em administração de empresas pela Fundação Dom Cabral.
É co-fundador da Vc Protegido, uma plataforma de telemedicina que alcançou mais de 500 mil vidas no ano passado.
Mineiro de Belo Horizonte, começou a trabalhar aos 15 anos como vendedor interno da fábrica da Seculus Relógios.
Tem como principais passatempos fora do trabalho o Kart, o futebol e o tênis.
Tem dois filhos: Eduardo, de 12 anos, e Victória, de sete anos.
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