Dois adolescentes são identificados como autores de duplo homicídio em Vila Velha
Polícia Militar aponta que os dois adolescentes foram responsáveis por ataques que mataram duas pessoas e feriram duas crianças, no bairro Santa Rita
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Dois adolescentes foram identificados como autores dos ataques que vitimaram fatalmente Sophia Vial da Silva, 15 anos, e Andrezza Conceição, 31 anos, no bairro Santa Rita, em Vila Velha, no sábado (09). O anúncio foi feito pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, na tarde de domingo (10).
Segundo o comandante-geral, os dois adolescentes, que chegaram no bairro atirando de maneira aleatória em busca de um alvo que não estava no local, respondiam as ordens de um homem identificado como Nego Stanley, aliado ao Primeiro Comando de Vitória (PCV) e gerente que tem coordenado ataques entre facções no município.
Questionado sobre o pedido de familiares das vítimas e moradores das regiões de ataque para que sejam integradas unidades de base policial fixa nos bairros, Caus disse que essa estratégia poderia limitar a atuação da Polícia Militar e que bases móveis são as mais indicadas para atuar no momento.
O coronel também pontuou que os bairros alvos dos ataques contam com a presença de rondas ostensivas da polícia, com força tática, Batalhão de Missões Especiais, Batalhão de Ações com Cães, o que tem ajudado a identificar e prender lideranças de facções.
Contudo, Caus reforçou que é preciso haver mudanças na legislação, criando penalidades que sejam mais rígidas. "Nós temos que fazer uma força tarefa. A sociedade precisa discutir, definitivamente, a mudança nos nossos códigos penais fracos e lenientes, para que essa massa de manobra não continue sendo usada para matar pessoas inocentes no Estado do Espírito Santo e no Brasil", destacou ele.
Os ataques, que aconteceram no bairro Santa Rita, provocados pela guerra entre as facções PCV e Terceiro Comando Puro (TCP), em busca de poder, estão vinculados com ações criminosas de mesmo gênero, realizadas na Região de Grande Terra Vermelha e nos bairros Glória, 1º de Maio, Pedra dos Búzios e Vila Garrido.
"Nós temos uma Polícia Militar forte aqui no Estado do Espírito Santo, que mantém a via pública sob domínio do estado e continuará mantendo. No caso específico desses fratricidas, desses covardes, nós não iremos sossegar até prendê-los, se reagirem contra a Polícia Militar do Estado do Espírito Santo o recado é claro: ou ele vai deitar se entregando, ou ele vai deitar literalmente coberto no aço", concluiu Caus.
Operação de saturação
A Polícia Militar, por meio de tropas ordinárias como a Força Tática, o Batalhão de Missões Especiais, o Regimento de Polícia Montada e o Batalhão de Trânsito realizou uma operação de saturação no bairro Santa Rita, em Vila Velha, no último domingo (10).
Com o objetivo de ampliar e reforçar a segurança local, bem como restabelecer a tranquilidade da comunidade e combater a criminalidade, a operação foi motivada pelos ataques de facções, que aconteceram no sábado (09).
Entenda o caso
A adolescente Sophia Vial da Silva, 15 anos, e a manicure Andrezza Conceição, 31 anos, foram mortas durante ataques criminosos no bairro Santa Rita, em Vila Velha, no sábado (09). Duas crianças, de 3 e 6 anos, também ficaram feridas.
Sophia Vial estava no carro com os pais quando foi atingida pelos disparos, já Andrezza Conceição, mãe de quatro filhos, estava indo trabalhar no momento em que foi baleada. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.
"Esse momento, foi horrível, parece que o mundo caiu na minha cabeça. Foi quando eu vi minha filha vindo em minha direção gritando 'socorro, que minha filha foi baleada, mataram a minha filha'", relatou o avô de Sophia Vial.
Segundo informações da Polícia Militar e de testemunhas, os atiradores chegaram no bairro e começaram a disparar de forma aleatória na rua.
"O tiro que ela levou no peito dela, doeu no meu, na hora eu gritei 'minha filha', aí uma amiga dela correu e eu saí para fora para ver, para eu ir até o local dos tiros, a amiga dela perguntou 'quem é a mãe da Andrezza?' e eu disse 'sou eu', mas eu já sabia que minha filha estava morta", contou a mãe de Andrezza.
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