Exame de DNA já ajudou a encontrar 28 desaparecidos
Número foi registrado nos últimos quatro anos. Identificação ocorre por material coletado de familiares dessas pessoas
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Aliado na busca por pessoas desaparecidas no Espírito Santo, o banco de dados de DNA já ajudou a identificar – desde 2021 – 28 pessoas desaparecidas no Estado.
A identificação ocorre por meio de material coletado de familiares dessas pessoas. As informações são cruzadas com amostras de indivíduos sem identificação que morreram ou que se encontram em abrigos ou hospitais.
Para reforçar a ação, o Ministério da Justiça e Segurança Pública iniciou a 3ª edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas – que vai até 15 de agosto no País.
No Estado, o trabalho de coleta e comparação de DNA de familiares de pessoas desaparecidas é realizado pela Polícia Científica, em parceria com a Polícia Civil. A coleta acontece em vários pontos.
A perita criminal Bianca Bortolini Merlo, chefe do Laboratório de DNA Forense, explicou que o serviço é permanente, mas a campanha ajuda a dar visibilidade. “Quem tem familiares desaparecidos pode buscar um dos pontos de coleta, com documentos e o boletim de ocorrência em mãos”.
Ela enfatizou que se a pessoa não tiver o boletim, ainda pode buscar a Delegacia de Pessoas Desaparecidas para abrir a ocorrência e, depois, fazer a coleta.
“A coleta de material genético é feita de maneira simples e indolor, com um cotonete – o swab – passado na parte interna da bochecha. O ideal é que ela seja feita por pais, mães e filhos. Na ausência, podem ser irmãos”.
Ela revelou ainda que, além da coleta do swab, já ajudaram na identificação de pessoas no Estado até mesmo cordão umbilical. “Tem pessoas que entregam aparelho de barbear e escova de dente”.
Outra frente de atuação da Polícia Científica envolve a identificação de pessoas vivas, acolhidas em hospitais ou abrigos. Nesse caso, o processo começa pela coleta de digitais. Se a biometria não for suficiente, o DNA é coletado.

A perita criminal Anna Cristina Montezano Vieira, chefe do Departamento de Promoção Social e Cidadania da Polícia Científica, revelou que duas pessoas vivas foram identificadas este ano. “Um homem que vivia em abrigo desde 2002 foi identificado após mais de 20 anos sem documentos”.
Um outro caso foi de uma mulher acolhida em um abrigo. “Tentamos por meio da digital, mas não foi possível. Após conversas e apoio da Delegacia de Desaparecidos, encontramos uma família em Aracruz. Convidamos a mãe para fazer o DNA e foi confirmado”.
Saiba mais
Campanha
A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas vai até o dia 15 de agosto.
No Espírito Santo, a coleta já é um serviço permanente, e a campanha busca dar maior visibilidade ao atendimento, esclarecer a população e apresentar os resultados da política nacional.
Como funciona
O Banco de Perfis Genéticos Nacional possibilita correlacionar o material genético coletado de corpos, pela medicina legal, de quase todos os estados e compará-los com material coletado de famílias de pessoas desaparecidas de todo o Brasil.
Além disso, são feitas coletas de pessoas vivas, em abrigos ou em hospitais, que estão sem identificação, para comparação com dados de familiares.
Como fazer a coleta
Pessoas que têm um familiar desaparecido devem comparecer a um ponto de coleta, com a ocorrência em mãos.
O atendimento no Laboratório de DNA Forense, nesse período de campanha, em Santa Luiza, Vitória, é realizado sem a necessidade de realizar o agendamento.
Pessoas que moram fora da Grande Vitória devem ligar para o Serviço Médico Legal mais próximo e obter orientações sobre a realização da coleta.
A coleta é indolor, feita com um dispositivo que parece um cotonete (swab), esfregado no interior da bochecha.
A família pode trazer também, se tiver, um objeto de uso pessoal da pessoa, como escova de dente, escova de cabelo, cordão umbilical (se tiver) ou um dente de leite.

Números
Banco de DNA
Desde 2021, 28 pessoas foram identificadas com o auxílio do Banco de Perfis Genéticos.
No Banco Estadual de Perfis Genéticos, 509 perfis genéticos de pessoas que morreram estão cadastrados.
292 famílias que buscam por parentes desaparecidos estão cadastradas.
oito pessoas vivas sem identificação também estão no banco.
Digitais
Já por meio das impressões digitais, foram identificadas 80 corpos e 20 pessoas vivas.
Onde buscar ajuda
Portal de Desaparecidos do Disque Denúnica
Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas
Na Rua Dr. João Carlos de Souza, Barro Vermelho, Vitória.
Identificação de Indivíduos Internados em Hospitais e Instituições Assistenciais
E-mail: [email protected].
Serviço de Coleta de DNA de Familiares de Desaparecidos
Local: Laboratório de DNA Forense , na Av. Nossa Sra. da Penha, 2290 - Bairro Sta Luiza. - Vitória, das 10h às 17h.
Outros locais
Seção Regional de Medicina Legal de Linhares.
Seção Regional de Medicina Legal de Cachoeiro de Itapemirim.
Seção Regional de Medicina Legal de Colatina.
Seção Regional de Medicina Legal de Venda Nova do Imigrante – SML – VNI (Policlínica).
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