Etarismo em queda
Idade não é limite: a revolução contra o etarismo que transforma o envelhecer
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Por muito tempo, o número no documento de identidade definiu expectativas e limitou sonhos. Mas essa realidade começa a mudar. A idade cronológica, cada vez mais, perde importância diante de uma nova forma de envelhecer: ativa, saudável e cheia de possibilidades. O que antes era sinônimo de declínio hoje é entendido como uma etapa natural e repleta de oportunidades para amar, aprender, trabalhar e se reinventar.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050 uma em cada seis pessoas no planeta terá mais de 65 anos. No Brasil, os números também impressionam: em 2022, 10,9% da população já estava nessa faixa etária, o maior índice da história, segundo o IBGE. Essa mudança demográfica não significa apenas mais pessoas idosas, significa uma nova maneira de encarar a velhice.
O preconceito contra a idade , também chamado de idadismo, ou ateísmo e aqui no Brasil, mais conhecido como etarismo ainda existe, mas começa a perder força. Movimentos sociais, campanhas de conscientização e a presença crescente de pessoas 50+ em redes sociais e no mercado de trabalho mostram que envelhecer não é sinônimo de invisibilidade.

Eu comecei a pesquisar o assunto em 2020, quando estava com 49 anos. Foi quando comecei a ler e a buscar informações sobre essa nova fase de vida que eu iria fazer parte.
Pesquisas indicam que 84% dos brasileiros reconhecem o etarismo, mas, afirmam não se considerarem preconceituosos, será mesmo?
Com avanços na medicina e maior cuidado com hábitos saudáveis, a expectativa de vida aumentou. Hoje, não é raro ver pessoas com mais de 60 anos iniciando novos relacionamentos, viajando pelo mundo, empreendendo ou até mesmo mudando de carreira. Histórias como essas inspiram porque provam: nunca é tarde para começar de novo.
A gente sabe que o bem-estar emocional e os vínculos afetivos são tão importantes para a longevidade quanto a saúde física. Ter um propósito, manter relações sociais ativas e buscar prazer em pequenas e grandes conquistas ajuda a enfrentar o envelhecimento de forma mais leve e digna. A felicidade, não tem idade, afinal, amar, sonhar e se divertir não tem prazo de validade.
Se antes temíamos envelhecer, hoje o desafio é outro: garantir que todas as pessoas possam viver mais e melhor. A idade cronológica deixa de ser um limitador para se tornar apenas um detalhe da biografia de cada um. O que importa agora é como escolhemos viver com dignidade, autonomia e alegria. Envelhecer é inevitável; perder o brilho de viver, não.
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