Jovem de 19 anos que comeu bolinho supostamente envenenado morre em SP
Padastro da vítima é investigado sob suspeita de ser o responsável pelo envenenamento
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Lucas da Silva Santos, 19, que comeu um bolinho de mandioca supostamente envenenado, faleceu neste domingo (20) no Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, São Paulo, segundo informou a prefeitura da cidade.
"Lucas estava internado em leito de terapia intensiva, em estado grave. Durante todo o período de internação, o município prestou a melhor assistência possível", diz em nota. A gestão afirma que colabora com as autoridades para solucionar o caso.
O resultado da perícia do bolinho ainda não foi divulgado e não é possível definir que a causa da morte tenha sido o envenenamento.
O caso é investigado pelo 8º DP de São Bernardo do Campo. A delegada responsável, Liliane Lopes Doretto, solicitou a prisão temporária do padrasto da vítima, Ademilson Ferreira dos Santos. Ele é investigado sob suspeita de ser o responsável pelo envenenamento. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.
A delegada afirmou na terça-feira (15) ter elementos que apontam a participação dele.
Segunda ela, o padrasto se contradisse durante o depoimento ao tentar culpar sua irmã, que fez os bolinhos entregues para a família de Lucas na noite de sexta-feira. A investigação apontou que ele foi o responsável por distribuir os alimentos para os familiares, incluindo Santos.
Inicialmente, a polícia suspeitou da mulher, mas após uma acareação entre ela e o padrasto nesta terça, a investigação mudou de rumo e ele passou a ser considerado o principal suspeito.
Doretto classificou o homem como manipulador. Entre as contradições, a delegada explicou que o padrasto diz que a irmã dele que ofereceu os bolinhos, mas mensagens comprovam que ele quem pediu.
Três irmãos de Lucas Santos, 19, segundo a delegada, denunciaram o padrasto por abusos sexuais durante a infância.
"O próprio Ademilson escreveu dizendo que não aguentava mais aquela conduta indisciplinada do Lucas, indisciplinada porque ele não queria mais viver na casa", contou, acrescentando que o padrasto rasgava as roupas do jovem.
Para ela, o caso está encerrado. "Juntando todo o quebra-cabeça, hoje eu posso afirmar: é uma história macabra, de elementos de subjugação de anos, com aspectos de viés emocional, psicológico. É bastante complicado e bastante cruel. O caso está encerrado, independente das provas periciais, eu tenho certeza que o atentado sobre a vida do Lucas foi cometido pelo padrasto dele", afirmou.
A delegada afirmou que um médico da unidade onde Lucas estava internado disse que não foi identificado o material usado no envenenamento, mas que o uso de chumbinho já foi descartado. A polícia aguarda um laudo do IML.
O boletim de ocorrência do caso foi registrado como tentativa de homicídio.
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