Golpistas enganam 35 mil estudantes
Quadrilha criou sites semelhantes ao do Inep e os divulgou em redes sociais e aplicativos de mensagens para atrair mais vítimas
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Mais de 35 mil estudantes foram lesados ao caírem no golpe dos sites falsos de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os golpistas conseguiram lucrar R$ 3 milhões, segundo a Polícia Federal do Rio de Janeiro, que iniciou a Operação Só Oficial na manhã de ontem.
De acordo com as investigações, a quadrilha criou, no ano passado, portais similares ao do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e os divulgaram via anúncios patrocinados nas redes sociais para atrair as vítimas.
Por meio desses sites, os usuários eram levados a realizar pagamentos via Pix acreditando estarem se inscrevendo regularmente no exame. No entanto, os valores pagos foram direcionados para uma conta bancária vinculada a uma empresa privada.
Através da Operação Só Oficial, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Praia Grande (SP). A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos investigados. Um dos alvos tem, pelo menos, 15 anotações criminais por estelionato.
Por meio de nota, o Inep informou que conta com o apoio da Polícia Federal nas ações de investigação e combate à tentativa de fraudes. A autarquia monitora eventual criação de páginas com interface semelhante ao sistema de inscrição do exame.
No Espírito Santo, pelo menos um estudante caiu no golpe aplicado no ano passado. Contudo, ele descobriu a tempo de efetuar o pagamento correto para realizar o exame. Diretor Pedagógico da Terceira Série do Darwin, Marcos Cardoso conta que a experiência deixou a instituição em alerta.
“Este ano, antes da abertura das inscrições, fui em todas as salas reforçando algumas orientações. Também colocamos cartazes pela escola e enviamos nos grupos de WhatsApp das salas”, afirma.
Segundo Eduardo Pinheiro, especialista em proteção de dados e colunista de A Tribuna, o endereço eletrônico da página é um dos principais sinais de que um site pode ser fraudulento.
“Desconfie de sites de órgãos públicos com domínio registrado fora do País (não possuem o ponto gov.br). Erros de digitação e letras trocadas, domínios incomuns e subdomínios enganosos também são indícios de sites fraudulentos”.

Atenção ao acessar o endereço da página
O golpe
Os golpistas criavam sites que tinham aparência idêntica à da Página do Participante, induzindo os estudantes a acreditar que estavam em um canal oficial do governo federal.
Nessas páginas, os estudantes eram orientados a preencher dados pessoais, e, ao final, eram direcionados a fazer o pagamento da taxa.
Em vez de gerar um boleto bancário oficial vinculado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os sites falsos emitiam boletos ou chaves Pix que direcionavam o dinheiro para contas controladas pelos golpistas.
A quadrilha ainda divulgava os sites falsos nas redes sociais e aplicativos de mensagens, atraindo as vítimas.
Dicas
O endereço eletrônico da página (URL) é um dos principais sinais de que um site pode ser fraudulento — e geralmente é o primeiro detalhe que você deve observar.
Desconfie de sites de órgãos públicos com domínio registrado fora do País (não possuem o ponto gov.br). Erros de digitação e letras trocadas, domínios incomuns e subdomínios enganosos também são indícios de sites fraudulentos.
Procure digitar manualmente o endereço do site, desconfie de solicitação excessiva de dados e suspeite de mensagens com senso de urgência.
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