"Fazia coisas perigosas para mudar minha aparência", diz atriz Castorine
Em entrevista ao AT2, a atriz Castorine, 25, conta que teve de recorrer à terapia para poder lidar melhor com o corpo e as mudanças
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Linda, engraçada e talentosa. Três adjetivos que definem perfeitamente a atriz Castorine, de 25 anos. Mas, mesmo recebendo elogios, quem nunca esteve insatisfeito com a própria aparência, não é mesmo? No caso da atriz, essa insatisfação foi enorme.
“Em grande parte da minha vida, eu tive um desespero e fazia coisas perigosíssimas para mudar a minha aparência”, contou em entrevista ao AT2. Por causa disso, foi preciso muita terapia para entender que está tudo bem em querer mudar, mas sem ultrapassar limites.
Agora, com tudo ok, Castorine segue o baile! Atualmente, está no ar como Maria Divina, em “Êta Mundo Melhor!”; fez uma temporada de sucesso ao lado de Luísa Perissé no teatro em “Camareiras - Uma Comédia Musical” e tem três projetos inéditos prestes a estrear: o programa de humor “Volte Sempre”, o filme “Era Uma Vez, A Minha Primeira Vez” (baseado no livro de Thalita Rebouças) e a segunda temporada da série “Galera FC”.
E Castorine é uma garota de sorte! Ela conta que não passou perrengues no início da carreira, só mesmo durante a pandemia.
“Não tive nenhum perrengue, ainda mais que eu tinha 16, 15 anos, quando comecei a trabalhar no teatro. Eu tinha todo o conforto de morar com meus pais e ter as contas pagas. Na pandemia sim, que eu morava sozinha, com Victtor Hugo, meu marido. Daí veio o desemprego, aí sim tive alguns apertos, mas nada que a gente não conseguisse resolver. Acho que eu tive esse privilégio de ter um início tranquilo. Ainda estou no meu início, né. Está tudo fluindo”, comemora.
Apaixonada por teatro musical, Castorine tem um sonho: atuar na Broadway. “Meu primeiro plano de carreira era guardar dinheiro, passar numa faculdade de teatro musical lá fora e ficar tentando ter uma carreira na Broadway”, revela a atriz, que se destacou em “Camareiras”. “É bem difícil fazer um musical, mas é muito divertido. Eu sou apaixonada por musical”.
“Nunca fui a palhaça da turma”
AT2 - Era aquela criança ou adolescente “engraçada” da turma?
Castorine - Não, nunca fui a palhaça da turma, sempre fui a pessoa que ficava observando. Eu dormia muito, tive muitos problemas na época do colégio. Durante a aula, eu dormia e roncava. Mas, dentro do meu grupinho, onde eu tinha intimidade, eu me soltava. Eu sempre fui uma pessoa que precisei ter intimidade para me soltar. No palco, onde a gente está tão exposta, eu senti que criava intimidade com a plateia.
Já tentou mudar seu jeito de ser e sua aparência por causa dos outros?
Meu jeito, nunca, mas a minha aparência... Em grande parte da minha vida, eu tive um desespero e fazia coisas perigosíssimas para mudar a minha aparência. Passei por uma terapia e, me analisando, vi que tudo bem eu querer mudar o meu corpo, tudo bem eu querer mudar minha aparência.
Acho que isso está ok, mas não com desespero, não fazendo coisas que vão arriscar a minha vida, a minha saúde. Acho que tudo que a gente faz com desespero, com ódio, é muito prejudicial para nossa mente, nosso corpo, nossa alma. Então, hoje, se eu quero mudar, eu faço com amor, respeitando o tempo do meu corpo.
O que você não faria por um personagem?
De imediato, o que vem na minha mente é que eu nunca pegaria uma barata na mão ou comeria uma barata em cena. Isso, eu não tenho capacidade de fazer.
Toparia fazer um drama?
Lógico, sou atriz, eu amo contar histórias, histórias boas. Então, sendo comédia, sendo drama... Eu acho que só não ia conseguir fazer um terror, porque tenho muito medo.
O que um trabalho precisa ter para te atrair?
Primeiramente, salário, né. (Risos) Porque, nessa nossa vida de atriz, a gente já encontra muita coisa que às vezes tem que fazer de graça. Mas uma história é uma história, porque o personagem e a história que ele tem atraem a gente. Precisa de uma história boa e a possibilidade de ter liberdade para criar.
Pensa em carreira internacional?
O sonho da minha vida! Eu comecei a ser atriz por conta da Broadway. Eu sou apaixonada pelo teatro musical, e meu primeiro plano de carreira era guardar dinheiro, passar numa faculdade de teatro musical lá fora e ficar tentando ter uma carreira na Broadway. Mas eu não consegui juntar dinheiro, não consegui ter fluência em inglês e acho que a voz não desenvolveu também (risos), então ficou só na coisa da atuação.
Se ganhasse o Oscar, como seria seu discurso?
Não tenho a menor ideia, gente… Mas acho que seria chorando horrores e tirando o salto para ficar confortável no palco.
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