Família confirma morte cerebral de guarda municipal espancado em Ipojuca
Família autorizou a doação de órgãos após confirmação da morte cerebral no Hospital da Restauração
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Em meio à dor e ao choque, a família de Carlos Henrique de Medeiros Alves, de 45 anos, confirmou nesta sexta-feira (4) a morte cerebral do guarda municipal, que foi brutalmente espancado durante as férias em um posto de combustíveis de Ipojuca, no Grande Recife.
Ele foi agredido brutalmente na última quarta-feira (2), enquanto estava sentado atrás de um carro em um posto de combustíveis às margens da BR-101, em Ipojuca. Ele levou várias pancadas com um pedaço de madeira na cabeça. O suspeito do crime é um adolescente de 17 anos, que já foi apreendido.
A confirmação da morte cerebral foi dada após três exames neurológicos realizados no Hospital da Restauração que não apontaram sinais de atividade cerebral.
A equipe médica comunicou a família sobre a situação irreversível e discutiu a possibilidade de doação de órgãos, que foi aceita pelos parentes.
Órgãos serão doados

Bastante emocionada, a irmã da vítima, Bárbara Cristina de Medeiros, relatou o momento em que a família assinou a autorização para o procedimento.
“Assinamos o termo. A retirada dos órgãos será aqui mesmo no hospital. Depois, o corpo será liberado para o IML e seguirá para Ipojuca, onde ele será velado com honras da Guarda Municipal, o trabalho que ele tanto amava. O sepultamento será no Recife, no domingo”, afirmou.
Entre lágrimas, ela contou que nunca perdeu a esperança, mesmo após os testes clínicos que indicaram a morte cerebral.
“Eu entrei, toquei nele, falei várias vezes, pedi um sinal. Eu queria um dedo mexendo, qualquer coisa. Dói demais ver que não tem mais volta”, desabafou.
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Irmã fala da relação próxima entre os familiares
A irmã também destacou a ligação profunda entre os dois. “Ele é um grande pedaço da minha vida. A gente era muito grudado, fazia tudo junto. Nossas ligações eram diárias. A vida dele era a Guarda Municipal de Ipojuca. Eu sempre quis meus irmãos por perto, mas respeitava o amor dele pelo trabalho.”
Ainda abalada, Bárbara afirmou que não quer saber detalhes sobre o crime neste momento. “Eu não quero saber quem foi, nem como foi. Quero que a Justiça e a Guarda cuidem disso. Meu foco agora é o meu irmão, é cuidar da nossa família. Que a Justiça seja feita, mas eu não desejo mal a ninguém.”
De acordo com a família, todos os órgãos do guarda serão doados, como era o desejo dele em vida. A cirurgia de captação deve ocorrer ainda na noite desta sexta-feira.
Velório e enterro
O velório será realizado na Câmara Municipal de Ipojuca e o sepultamento no cemitério da Várzea, na Zona Oeste do Recife.
Carlos Henrique estava de férias quando foi espancado. Após a agressão, ele foi socorrido inicialmente para uma UPA e, depois, transferido para o Hospital da Restauração, onde permaneceu internado até a confirmação da morte cerebral.
Segundo a Polícia Civil, o crime pode ter ligação com uma ocorrência registrada em abril deste ano, quando o guarda municipal abordou o mesmo adolescente, que estava em uma motocicleta. Imagens registradas na época mostram uma discussão entre os dois.
As investigações seguem em andamento para esclarecer a motivação do crime.
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