Produtora de pimenta-rosa de São Mateus fornece produto para marca de cosméticos
Produtora mateense já fornece para a Natura e promete lançamento que ainda não existe no País, mas que é sucesso na Europa
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Conhecida pelo cultivo e exportação de especiarias da Fazenda Lagoa Seca, em São Mateus, Norte do Estado, a produtora Ana Paula Martin se prepara para lançar um produto inédito no Brasil, já comercializado com sucesso na Europa.
A novidade, ainda mantida em sigilo, promete movimentar o mercado e reforçar o protagonismo da empreendedora, que recentemente firmou parceria com a empresa de cosméticos Natura, tornando-se fornecedora de pimenta-rosa utilizada pela marca em perfumes e óleos corporais.
De acordo com Ana Paula, essa nova etapa é resultado de anos de capacitação, articulação com parceiros locais e disposição para inovar em um setor tradicionalmente masculino.
“Vamos lançar um produto inédito no Brasil, que já é comercializado na Europa. Ainda não posso revelar detalhes, mas em breve trarei novidades”, afirmou.
Sua trajetória inspira mulheres, empreendedores e integrantes da cadeia produtiva da pimenta.
“De tudo que vivi, o mais importante foi nunca ter deixado de acreditar. Em eventos, vejo mulheres se emocionarem com minha história, pedirem conselhos e elogiarem o que construí. Isso me dá a certeza de que valeu a pena continuar. Espero incentivar outras produtoras a seguir esse caminho”, destaca.
No entanto, o prestígio atual da Fazenda Lagoa Seca contrasta com os desafios enfrentados pela produtora ao longo dos anos.
Referência na exportação de especiarias e macadâmia, a propriedade reflete uma trajetória marcada por coragem, reinvenção e persistência.
Formada em Administração, Ana Paula deixou uma carreira na indústria do petróleo para assumir, em 2016, a gestão da fazenda da família, em um cenário ainda dominado por homens.
“Na época, eu trabalhava na Petrobras e dividia meus dias entre o emprego e visitas à fazenda, que meus pais haviam adquirido do meu avô. Saía de casa às 5 da manhã e voltava à noite, com um filho pequeno esperando”, lembra.
“Em 2016, meu pai me pediu para assumir os negócios, e foi quando mergulhei de vez nesse universo, até então desconhecido para mim”, completa.
Como em qualquer novo empreendimento, o início foi desafiador. Sem formação na área agrícola e enfrentando resistência por ser mulher, Ana Paula buscou apoio técnico e emocional para seguir adiante.
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