PF mira fraude de R$ 1 milhão no INSS e faz buscas em Lagoa dos Gatos e Palmares
Dois irmãos são suspeitos do crime. Eles são considerados reincidentes e já haviam sido alvos de outra investigação por golpes na Caixa Econômica
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A Polícia Federal investiga dois irmãos suspeitos de fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e causar um prejuízo estimado em R$ 1 milhão aos cofres públicos. Os crimes vinham sendo praticados, segundo a PF, desde 2021.O caso foi ao ar no Jornal da Tribuna 1ª Edição desta quinta-feira (5).
Os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão no dia 3, nas cidades de Lagoa dos Gatos e Palmares, na Zona da Mata de Pernambuco, contra um homem de 35 anos e uma mulher de 38 anos. Eles são irmãos e reincidentes, conforme revelou a investigação, mas não foram presos.
Nas imagens divulgadas pela PF, os mandados foram cumpridos em duas casas simples, uma delas com colchão estendido na sala, um pufe e um banco, como se fosse um local improvisado.
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

De acordo com o chefe de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovanni Santoro, a fraude era realizada por meio da falsificação de documentos. Embora os idosos tenham extrema dificuldade de se aposentar, mesmo depois de cumprirem os anos exigidos pela legislação previdenciária, os criminosos encontraram facilidades.
“Eles simulavam certidões de casamento, depois falsificavam certidões de nascimento de filhos e, por fim, emitiam uma certidão de óbito falsa. Dessa forma, conseguiam acessar pensões por morte que não existiam”, explicou.
A PF não descarta a participação de servidores públicos no esquema, mas ainda não há provas sobre isso.
“Esses dados precisam ser inseridos no sistema. Então, na investigação, nenhuma hipótese é descartada, inclusive a possibilidade de conivência de funcionários do INSS. Mas isso ainda será analisado, a partir dos documentos apreendidos”, completou Santoro.
Além dos documentos, a operação resultou na apreensão de um veículo, que pode ter sido adquirido com o dinheiro da fraude.
Segundo a Polícia Federal, o homem já havia sido indiciado por outro crime semelhante, durante a pandemia, quando usou documentos falsos para fraudar o auxílio emergencial pago pela Caixa Econômica Federal.
Apesar das provas reunidas até agora, os dois investigados não foram presos. Eles foram intimados a prestar depoimento na sede da Polícia Federal. Caso não apresentem justificativas plausíveis, podem ser indiciados pelos crimes de estelionato contra órgão público e falsificação de documentos, com penas que podem chegar a até oito anos de prisão.
As investigações seguem em andamento, com apoio da Força-Tarefa Previdenciária, para identificar possíveis outros envolvidos e dimensionar o total do prejuízo causado.
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