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Polícia

Grupo investigado no ES e 12 estados estimulava mutilação e nazismo pela internet

Megaoperação em 12 estados teve como alvo criminosos que também compartilhavam e produziam material de abuso sexual infantil


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Imagem ilustrativa da imagem Grupo investigado no ES e 12 estados estimulava mutilação e nazismo pela internet
No Espírito Santo, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no município da Serra contra um adolescente de 14 anos, que ameaçava uma jovem que se mutilava. |  Foto: Divulgação/Sesp

Ameaças, perseguição, indução à automutilação, apologia ao nazismo e produção e compartilhamento de material de abuso sexual infantil. Suspeitos de integrar um grupo criminoso responsável por uma série de crimes pela internet foram alvos de uma megaoperação, que aconteceu ontem em 12 estados.

O grupo tinha como principais alvos meninas e agia por meio de chats de jogos e aplicativos de mensagem, como o Discord e o Telegram.

Nessas plataformas, os suspeitos compartilhavam conteúdos violentos, incentivavam comportamentos autodestrutivos, faziam ameaças e expunham publicamente vítimas.

No Espírito Santo, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa de um adolescente de 14 anos.

Segundo o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Brenno Andrade, o adolescente confessou a participação, mas o material do seu aparelho celular foi apagado.

“Por isso, o adolescente não foi conduzido para a delegacia. Mesmo assim, o material apreendido será encaminhado para análise pericial. Vamos tentar recuperar aquilo que foi apagado para ajudar nas investigações”.

Brenno Andrade explicou que a Operação Mão de Ferro II foi coordenada pela polícia de Mato Grosso, junto com o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério do Justiça.

Segundo o delegado, foram cumpridos, em todo o País, 22 mandados judiciais.

Os alvos da investigação – que integravam a rede criminosa – tinham entre 12 e 18 anos, de acordo com a polícia.

Brenno Andrade revelou que a mãe de uma vítima mutilada chegou a dialogar com um criminoso, que falou que era “dono” da filha dela. “Percebam a gravidade da situação. A vítima, uma adolescente, está com transtornos psicológicos. As polícias estão atentas a esses problemas que vêm acontecendo cada vez mais”.

Entre os alvos da operação ontem no País, estava um adolescente de 15 anos, que é apontado como chefe do grupo e já foi investigado por apologia ao nazismo e por promover automutilação entre jovens na internet em outras operações.

Delegado pede que pais não ignorem os sinais

Diante de casos cada vez mais frequentes de adolescentes ameaçadas e induzidas a se automutilarem em grupos pela internet, o delegado Brenno Andrade orienta que os pais estejam atentos a sinais que os filhos possam dar.

“O que se percebe é uma mudança no comportamento das vítimas. Para que o filho possa contar aos pais, é preciso que eles criem um ambiente aberto ao diálogo”, disse o delegado, ao destacar que as vezes a vítima demora a relatar por medo.

Ele lembrou que os pais têm o dever de cuidar e monitorar os filhos, inclusive nos dispositivos eletrônicos. “Pais devem verificar histórico de navegação e busca. Não devem deixá-los trancados no quarto no telefone. É claro que isso deve ser conversado, em um ambiente de diálogo”.

Entenda 

Operação

A Polícia Civil do Espírito Santo e de outros 11 estados participaram ontem da Operação “Mão de Ferro II”.

O objetivo era combater grupo criminoso que estimulava a automutilação, suicídio, praticavam ameaças, perseguição (stalking), além de apologia ao nazismo.

As investigações identificaram que a rede também produzia, armazenava e compartilhava material de abuso e exploração sexual infantil.

Ao todo, foram cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa.

Como agiam

Segundo investigações, iniciadas pela Polícia Civil do Mato Grosso, os membros da organização criminosa se comunicava com as vítimas por meio de chat de jogos, plataforma Discord e Telegram.

Em grupos, os criminosos induziam as vítimas – predominantemente meninas menores de idade – a praticarem automutilação. Eles chegavam a dizer que eram seus “donos”.

Segundo a polícia, o grupo tinha uma hierarquia, mas com membros em várias partes do País.

No Estado

No Espírito Santo, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no município da Serra, contra um adolescente de 14 anos.

No local, não houve flagrante, mas o adolescente confessou a prática criminosa. O material ilícito não foi localizado, pois os arquivos já haviam sido apagados. O material, como celular, será periciado.

O que eles dizem

Como identificar?

“É preciso começar reconhecendo que nenhuma família está imune ao trágico. Seu filho pode ser a vítima — ou pode ser o agressor. O primeiro passo é reconhecer-se implicado. Isso significa sair da alienação de achar que ‘isso não acontece aqui em casa’ e mergulhar no cotidiano do jovem.

Os pais precisam ser alfabetizados digitalmente. Precisam saber usar aplicativos, entender as linguagens on-line, conhecer o que é ‘incell’, ‘red pill’, os jogos que seus filhos jogam, os grupos que participam. Não se trata de controle rígido, mas de compreensão afetiva e simbólica. Só cuida de verdade quem conhece de perto”

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Fernanda Pasolini, psicóloga e psicanalista |  Foto: Divulgação

Emocional afetado

“O nosso cérebro completa sua formação somente por volta dos vinte e cinco anos. Por isso, conteúdos de nazismo, automutilação e pornografia podem afetar significativamente o desenvolvimento emocional e social de crianças e adolescentes.

Problemas de autoestima, transtornos de ansiedade, depressão, comportamentos autodestrutivos e violentos podem resultar da exposição contínua a tais conteúdos.

Além disso, as habilidades sociais também são prejudicadas, o que afeta a qualidade dos relacionamentos, que são muito importantes para um crescimento saudável”.

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Carlos Marcelo, psicólogo. |  Foto: Divulgação

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