Edifício caixão é interditado no Janga; outro já havia sido evacuado na sexta
O Edifício Primavera foi evacuado às pressas nesta segunda (12). Ele fica na Rua Catende, no Janga, onde outro prédio já havia sido interditado
Escute essa reportagem

O Edifício Primavera, localizado na Rua Catende, no bairro do Janga, em Paulista, foi interditado pela Defesa Civil do município nesta segunda-feira (12).
O prédio fica na mesma rua do Edifício Carajás, que havia sido interditado na sexta-feira passada (9) pela Defesa Civil.
Ambos são construções do tipo caixão, têm mais de 40 anos de construção e apresentavam histórico de comprometimento estrutura
A interdição do Primavera foi determinada por volta das 17h, e os moradores tiveram que sair às pressas, podendo levar apenas documentos e itens essenciais. .
Segundo informações da prefeitura municipal, três apartamentos estavam ocupados no momento da vistoria. Os residentes foram orientados a não permanecer no local e a organizar a retirada dos móveis em outra ocasião, de forma segura e sem tumulto.
A moradora Maria das Graças, do apartamento 202, relatou, em entrevista à Nadya Alencar, da TV Tribuna PE/Band:
“Estávamos tranquilos e de repente veio a Defesa Civil, disse para tirarmos apenas as coisas mais importantes, como documentos, e nos aconselhou a não dormir no imóvel”.
Marcelo Oliveira, do apartamento 102, disse que, de acordo com os técnicos, entre hoje e amanhã o prédio poderia desabar.
Segundo nota oficial da Prefeitura di Paulista, a vistoria da Defesa Civil detectou “diversas patologias, como afundamento no piso externo, infiltrações, cerâmicas se desprendendo e comprometimento estrutural da caixa d’água”.
Ainda de acordo com o órgão, o imóvel havia sido classificado no ano passado com risco estrutural nível 2, mas agora foi reclassificado para risco 3 (crítico), principalmente devido à falta de manutenção ao longo de mais de 40 anos.
O prédio também constava em relatório do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), de 2008, que já apontava alto risco.
FALTA DE VISTORIA E REPARO NAS UNIDADES PROVOCOU DANOS ÀS ESTRUTURAS

Na sexta-feira passada (9), o Edifício Carajás, também na Rua Catende, já havia sido interditado pela Defesa Civil.
Segundo o órgão, os responsáveis pelo imóvel haviam recebido um prazo de seis meses, em 2024, para realizar reparos estruturais, o que não ocorreu. A omissão dos proprietários poderia ter causado perda de vidas.
A vistoria mais recente confirmou o agravamento das falhas e levou à interdição. Cíntia Silva, coordenadora da Defesa Civil, reforçou que a situação da caixa d’água era crítica.
“A caixa d’água estava com muita infiltração e umidade, o piso da parede externa ficou todo descolando. Isso agravou muito. O imóvel está há mais de 40 anos sem manutenção e as famílias precisavam sair. O prédio caixão não dá um aviso como os outros”.
A Prefeitura do Paulista destacou que a responsabilidade pela manutenção é dos proprietários, por se tratar de imóveis privados.
“Alerta-se para a importância das vistorias periódicas a fim de evitar riscos à vida e preservar a integridade das edificações”.
“O piso estava estufando como se fosse um terremoto”, disse o morador Francisco Silva, emocionado. Ele está, temporariamente, em outro apartamento na mesma rua.
“Um parecer técnico será emitido ainda nesta semana, e poderá ser utilizado pelos proprietários para acionar a seguradora ou a instituição financeira responsável pelo financiamento do imóvel”, informou a prefeitura.
Comentários