Márcio Cadar deixa projeto da SAF do Santa Cruz: o que isso significa?
Segundo o presidente do clube, Bruno Rodrigues, SAF é revolucionária e nada muda no cronograma
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A relação próxima com a torcida, os vídeos de recepção calorosa, as trocas de mensagens nas redes sociais e até o apelido carinhoso de “painho” ficaram para trás.
O empresário mineiro Márcio Cadar, rosto mais conhecido do grupo interessado em adquirir a SAF do Santa Cruz, está oficialmente fora do projeto.
A confirmação veio nesta segunda-feira (6), por meio do presidente tricolor Bruno Rodrigues, durante coletiva de imprensa.
Desde que a ideia de transformar o Santa Cruz em Sociedade Anônima do Futebol foi apresentada, Cadar ganhou protagonismo não apenas nas negociações, mas também como ponte entre o clube e a torcida.
Seu perfil engajado e acessível cativou parte da massa coral, que lamentou a saída nas redes sociais. A ligação emocional foi tanta que o empresário ganhou apelido entre os tricolores, que o chamavam carinhosamente de “painho”.
Cadar ajudou a construir a proposta de compra de 90% das ações da SAF Coral, e atuou como articulador junto ao grupo de investidores de Minas Gerais. Mas, segundo Bruno Rodrigues, a decisão de deixá-lo fora do projeto foi tomada em comum acordo entre os próprios investidores e o empresário, e não altera os planos de investimento no clube. "A SAF é revolucionária. Ninguém quer a SAF mais do que eu".
"SEM TRAUMAS"

Segundo o presidente do Santa Cruz, a saída de Márcio Cadar foi decidida em conjunto. "O grupo de investidores tem uma composição inicial — é evidente que, futuramente, isso será reforçado por alguns fundos e novos investidores. Naquele momento, eles definiram que o Márcio seria a pessoa a falar em nome do grupo. Com o tempo, foi decidido, em conjunto com o próprio Márcio, que ele deixaria tanto o grupo de investidores quanto o grupo responsável por conduzir a SAF", declarou o presidente coral, Bruno Rodrigues,
Ele acrescentou que a saída de Cadar foi "uma decisão tomada em comum acordo, sem traumas, sem mudanças no cronograma de investimentos, e sem qualquer impacto no andamento da SAF. Trata-se de uma questão interna dos investidores, sobre a qual não cabe a mim me aprofundar".
Mesmo com a saída de Márcio, o grupo mantém o compromisso de injetar até R$ 1 bilhão no Santa Cruz ao longo de 15 anos. A negociação está na fase final de diligência jurídica e, segundo a direção tricolor, caminha para ser concluída sem sobressaltos. "A saída de Cadar não muda nada", reafirmou Bruno Rodrigues.
Bruno Rodrigues acrescentou que melhorias no elenco e pagamento de folha já estão contando com o apoio da nova SAF.
MAIS RESERVA
A Cobra Coral Participações S/A, empresa com CNPJ já ativo e criada para receber os aportes da SAF, continua sob liderança de Vinícius Diniz, Marcus Bittar, Iran Barbosa e Alexandre Kubitscheck.
A nova fase do projeto, porém, vem sendo conduzida com mais reserva. Se antes havia postagens, vídeos e presença constante dos investidores nas redes sociais, agora a prioridade é o silêncio estratégico — um sinal de que o grupo quer avançar com segurança rumo à formalização do acordo.
Curiosamente, no último sábado (3), mesmo já desligado do projeto, Márcio Cadar ainda comentou sobre o empate em 0 a 0 entre Santa Cruz e Santa Cruz de Natal. Desde então, porém, ele não voltou a se manifestar nas redes. O novo CEO da transição será apresentado ainda nesta semana, de acordo com o presidente do clube. "Estamos dentro do prazo e seguro do que estamos fazendo".
PASSO A PASSO DO PROCESSO DE FECHAMENTO DA SAF, SEGUNDO BRUNO RODRIGUES
30 de maio
Será concluída, em definitivo, a documentação referente à criação da SAF.
O clube afirma que está tudo certo, dentro do que foi acordado, e destaca que o processo é novo no Brasil, mas vem sendo acompanhado por diversos escritórios especializados.
2 de junho
A documentação será enviada ao Conselho Fiscal, representado pelo desembargador Bartolomeu Bueno, e ao Conselho Deliberativo.
Ambos os órgãos terão um prazo de 15 dias para realizar a análise interna do processo.
16 de junho
O presidente do Conselho Deliberativo deverá marcar a sessão para análise, avaliação e emissão do parecer final sobre a proposta de transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol. O parecer, no entanto, não tem força de derrubar o projeto.
31 de julho
Marcada para até 45 dias após o parecer do Conselho Deliberativo, será realizada a Assembleia Geral de Sócios. Esse é um prazo previsto no estatuto do clube. Na assembleia, os sócios votarão pela aprovação ou rejeição da proposta final de transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol. A votação será fechada e nominal.
SEM RENOVAÇÃO COM A VOLT
Ainda na coletiva, o presidente Bruno Rodrigues falou rapidamente que o clube não vai renovar com a Volt. O interesse é trazer uma marca internacional como patrocinadora. Ainda de acordo com ele, o Santa Cruz deve fazer pelo menos mais três contratações para o elenco, podendo um dos nomes ser conhecido da mídia.
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