Como será o fechamento do caixão e o funeral do Papa Francisco
Há um rito para cada um dos últimos passos da despedida ao pontífice, que morreu na última segunda-feira
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Roma - O Vaticano divulgou na manhã desta quinta-feira, 24, os livretos para que os fieis possam acompanhar as cerimônias de despedida do Papa Francisco.
Há um rito para cada um dos últimos passos: o fechamento do caixão, que ocorrerá na sexta-feira, 25, a missa de exéquias (funeral) e o traslado do caixão até Santa Maria Maggiore, onde será enterrado, no sábado, 26.
Fechamento do caixão
Os ritos de despedida do papa começam com o fechamento do caixão, previsto para sexta-feira, às 20h (15h de Brasília). A cerimônia começa com a leitura de um texto que resume as ações mais importantes de Francisco e com a colocação de um véu de seda branco sobre o rosto do defunto.
Depois de asperger o corpo com água benta, o celebrante colocará moedas e medalhas cunhadas durante o seu pontificado, representando os anos em que esteve à frente da Igreja. Também deixará um tubo com o resumo do período com o selo do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.
Só então a tampa do caixão de zinco (revestimento interior da estrutura de madeira) será colocada, sobre o qual haverá uma cruz, o brasão papal e a placa com o nome de Francisco, a duração de sua vida e seu Ministério Petrino. O mote do brasão, “Miserando atque eligendo”, foi tirado das Homilias de São Beda o Venerável, que, comentando o episódio evangélico da vocação de são Mateus, escreve: «Vidit ergo Iesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi Sequere me» (Viu Jesus um publicano e dado que olhou para ele com sentimento de amor e o escolheu, disse-lhe: Segue-me).
Ao final, o caixão de zinco será soldado e se colocará os selos do Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana (o cardeal irlandês Kevin Farrell), da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Ofício para Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo do Vaticano. O caixão de madeira também será fechado. Na tampa, também estará a cruz e o brasão papal de Francisco.
Missa de exéquias
No sábado, às 10h (5h de Brasília), o corpo do papa será levado à Praça de São Pedro, onde será celebrada a missa de exéquias (também conhecida como missa de corpo presente), como prevê o rito funerário católico.
Ao final, o celebrante fará uma oração chamada Ultima commendatio et valedictio (última recomendação e adeus). Se reza uma ladainha com nomes de vários santos, incluindo apóstolos, mártires e todos os papas canonizados pela Igreja. Em seguida, os patriarcas e bispos da liturgia bizantina (braço oriental da Igreja Católica) farão orações de intercessão pela alma de Francisco e abençoará o caixão com incenso.
Traslado do corpo a Santa Maria Maggiore
Após a conclusão da missa, o corpo será levado em procissão até a basílica de Santa Maria Maggiore, onde o papa será enterrado. Estão previstos cantos de salmos do Antigo Testamento da Bíblia. O Vaticano ainda não divulgou qual será o percurso até a igreja, que está a 4,5 quilômetros da Praça de São Pedro.
Ao chegar à tumba de Francisco, o celebrante rezará orações de intercessão pela alma do pontífice. Em cima do caixão, se colocará mais uma vez os selos do Cardeal Camerlengo da Igreja Romana, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Ofício para Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo do Vaticano. A cerimônia terminará com o canto do Regina Coeli, hino em homenagem a Nossa Senhora durante o período de Páscoa.
Santa Maria Maggiore é uma das quatro basílicas papais em Roma, onde sete pontífices já foram sepultados. Francisco declarou no fim de 2023 que queria ser enterrado neste local, e não na cripta da Basílica de São Pedro, como acontecem funerais dos líderes da Igreja Católica há mais de três séculos.
O argentino Jorge Bergoglio, muito ligado ao culto da Virgem Maria, costumava rezar neste templo, que oficialmente faz parte do território do Vaticano, na véspera ou no retorno de cada uma de suas viagens ao exterior. Ele será enterrado perto da Capela da Salus Populi Romani, imagem de Nossa Senhora considerada padroeira de Roma. A tradição diz que ela teria sido pintada por São Lucas, um dos quatro evangelistas do Novo Testamento.
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