Capixaba é convocada para o Mundial de Futsal de Surdos na Itália
Thalita Mozer, de 25 anos, será uma das jogadoras do Brasil no campeonato, que acontecerá entre os dias 14 a 27 de junho
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O Espírito Santo estará representado no Campeonato Mundial de Futsal para Surdos de 2025, que acontecerá entre os dias 14 e 27 de junho, em Montesilvano, na Itália. A pivô Thalita Mozer, de 25 anos, é natural de Vitória e está na lista das 14 jogadoras convocadas pela seleção brasileira feminina.
Thalita, que é chamada pela seleção desde 2019, falou sobre a emoção que sentiu em mais uma convocação. “É uma sensação única, difícil de colocar em palavras. Representar o Brasil é mais do que vestir uma camisa — é carregar uma história, uma luta, uma comunidade inteira comigo”.
“Veio um filme na cabeça. Lembrei da menina que jogava sozinha, que treinava com os meninos, que foi desacreditada. E agora, de novo, estou representando o meu país. Me senti orgulhosa, emocionada e grata. Porque é a prova de que valeu a pena não desistir”, contou.
O Brasil tem tido bons resultados recentes na modalidade. Com Thalita no grupo de atletas, a amarelinha já foi campeã mundial na Suíça em 2019, bronze no Pan-Americano em Caxias do Sul em 2022, prata em São José dos Campos em 2023, prata no Mundial da Turquia, e ouro no Pan-Americano em Canoas (RS), em 2024.
Desta vez, a seleção está no Grupo B do Mundial, ao lado de Espanha, Turquia e Irlanda.
Thalita abordou sobre as suas expectativas para o torneio. “Minhas expectativas são altas. A gente tem um time forte, determinado, com muita garra. Quero dar o meu melhor em cada jogo e trazer orgulho pra nossa seleção. E também quero mostrar pro mundo que o futsal surdo tem nível, tem talento, tem história”, disse.
Atualmente, a jogadora capixaba atua pela Associação dos Surdos de Brasília (ASB). Ela relatou como tem sido a preparação para o campeonato.
“Fisicamente, sigo uma rotina intensa de treinos — academia, futsal, foco na resistência e no condicionamento. Emocionalmente, é mais desafiador. Tento manter a mente firme, lembrar por que comecei, e me apoiar nas pessoas que me fortalecem. Tento usar tudo que passei como combustível, não como peso. Cada treino é um passo mais perto do meu sonho”, afirmou Thalita, que nasceu com surdez bilateral neusensorial profunda e é usuária de implante coclear.
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