Caso Bruno Henrique: imprensa internacional destaca ‘escândalo’ após indiciamento por apostas
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O indiciamento de Bruno Henrique pelo suposto envolvimento com esquema de apostas esportivas ganhou destaque na imprensa internacional nesta quarta-feira, 16. O atacante do Flamengo é suspeito pela Polícia Federal (PF) de estelionato e fraude em competição esportiva, em uma investigação que apura manipulação em jogos de futebol para benefício de apostadores. O jogador é suspeito de ter forçado um cartão amarelo em uma partida válida pelo Brasileirão de 2023.
Desde agosto, o atacante estava sob suspeita da PF. Além do Brasil, o caso de Bruno Henrique repercutiu, principalmente, em veículos sul-americanos e lusófonos, como Portugal. Nos estágios iniciais, e como ainda não houve uma denúncia formal, o atacante ainda poderá entrar em campo pelo Flamengo nesta quarta-feira, 16, diante do Juventude, no Maracanã.
Na Argentina, TyC Sports e Olé foram taxativos na acusação de Bruno Henrique. O primeiro, destacou as “acusações severas” contra o jogador – a PF está em posse de mensagens trocadas entre o atacante e seu irmão, combinando um cartão amarelo em duelo contra o Santos, no Brasileirão de 2023. Já o segundo, classificou o indiciamento de Bruno Henrique como um “escândalo” das apostas esportivas.

El País, do Uruguai, e Record, de Portugal, ressaltaram a importância de Bruno Henrique em campo, como um “craque” para o Flamengo. O mesmo vale para o jornal A Bola, que também deu destaque para o envolvimento dos familiares do atleta no suposto esquema. Além do atacante, foram indiciados pela PF Wander Nunes Pinto Júnior (irmão), Ludymilla Araujo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima).
Entenda o caso
Segundo informações do Metrópoles, a PF analisou 3.989 conversas no WhatsApp de Bruno Henrique. Muitas delas estavam apagadas, o que indica, para a PF, que o jogador deletou parte dos registros. No celular do irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, que também foi apreendido, foram flagrados diálogos que mostram o envolvimento de Bruno Henrique. A informação é do portal Metrópoles.
Os investigadores separaram as dez pessoas envolvidas em dois grupos. Um com o próprio jogador, junto de seu irmão, cunhada e uma prima. E outro com mais seis apostadores, os quais são, segundo a PF, amigos de Wander. A investigação também concluiu que o flamenguista ligou para o irmão na véspera da partida, para confirmar o recebimento do cartão.
Em novembro de 2024, Bruno Henrique foi alvo da operação Spot-fixing. Já nos acréscimos do jogo contra o Santos, em 2023, Bruno Henrique cometeu uma falta em Soteldo, que segurava a bola no ataque. O árbitro Rafael Klein deu amarelo ao atacante.
A suspeita já era conhecida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O órgão, que tem jurisdição somente no meio do esporte, arquivou o caso, por entender que o atacante não teria obtido vantagem.
Procurado pela reportagem do Estadão, o Flamengo reforçou compromisso com fair play desportivo e com o devido processo legal. Também em contato com a reportagem, representantes do atleta não se manifestam sobre o indiciamento. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se limitou a dizer que “questões relativas à Unidade de Integridade são sigilosas”.
Veja a nota do Flamengo na íntegra
O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.
O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito.
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