“Espero poder inspirar os jovens”, diz estudante com experiência em Harvard
Gabriela Fonseca, que cursa Medicina, compartilhará vivência na universidade norte-americana durante II Fórum Educacional de Potencialidades do Amanhã
Escute essa reportagem

“Já deu certo”. Essa é a frase que sempre norteou os passos da estudante de Medicina Gabriela Fonseca, de 22 anos.
Foram a determinação, o pensamento positivo e o esforço que também levaram a jovem aos Estados Unidos, onde passou 40 dias como aluna observadora da escola de Medicina em Neuro-oncologia da Universidade de Harvard.
Cursando o 9º período de Medicina, Gabriela vai compartilhar a experiência nesta quarta-feira (16) em um bate-papo com os estudantes, durante o II Fórum Educacional de Potencialidades do Amanhã.
Comunicativa, Gabriela ainda usa as redes sociais para inspirar estudantes. Com cerca de 100 mil seguidores, ela mostra um pouco da rotina e dá dicas.
A Tribuna: Como foi a escolha pelo curso de Medicina?
Gabriela Fonseca: Não era a minha escolha desde sempre. Meus pais são formados em Administração, então não tive uma referência na minha família.
Desde pequena, era fascinada por várias profissões. Pensei em fazer Arquitetura, Direito, Jornalismo... Toda hora alguma coisa diferente, mas apenas uma certeza: eu queria me comunicar com as pessoas, ouvir.
Um dia, em um almoço de família, minha tia falou que eu iria fazer Medicina, que eu iria cuidar de gente, que eu levava jeito. Nessa época, eu estava acompanhando minha avó, que tem uma demência e mora com a gente, nas consultas. Aquilo me abriu os olhos e decidi que era o que eu iria fazer.
Tinha quantos anos?
Tinha 14 anos. Então, quando comecei o ensino médio, já tinha esse foco.
E como foi a preparação para o vestibular?
Desafiadora. Eu fiz a 3ª série do ensino médio em 2020, na pandemia. Estudei totalmente de modo on-line. Foi uma loucura! Mas eu tinha uma certeza na minha cabeça: eu iria passar. Estudava da hora que acordava até a hora de dormir. Isso exigiu organização e comprometimento.
Mas eu sempre tive um pensamento muito positivo. Meu pai sempre me auxiliava nisso. A gente tem uma frase nossa, que é “Já deu certo”. A gente sempre fala para tudo na nossa vida. E realmente deu. Passei em vestibulares e fui direto para a faculdade.
E como surgiu a ideia de ir para Harvard?
Em janeiro de 2024, eu vi a foto de um estudante de Medicina brasileiro que tinha ido para Harvard. Na hora eu pensei: eu também vou. Mandei mensagem e ele me ajudou com informações. Não foi fácil, mas – de novo – falava: “Já deu certo”.
Como se candidatou?
Tem várias formas, mas eu me candidatei por meio de três tipos de documentos. Um currículo no modelo americano, cartas de recomendação e ainda uma espécie de redação que tinha que fazer sobre mim mesma.
Entre as aulas do curso de Medicina, cada tempo que eu tinha livre eu estava trabalhando nisso. Em julho do mesmo ano, nas minhas férias, eu consegui.
E como foi a experiência?
Foi uma das melhores da minha vida. Aprendi mais que Medicina. Eu aprendi a parte que mais gosto na profissão, que é me conectar com pessoas. Eu estava em um dos melhores hospitais do mundo, com médicos que são referências na área de neuro-oncologia, e via eles tratarem todos de igual para igual. Eles escutavam as dores dos pacientes e buscavam resolver da melhor forma possível. O que mais me surpreendeu não foi uma tecnologia, foi o tratamento humano. Eu voltei com mais amor ainda pela Medicina.
E o que busca passar para os jovens no evento?
Estou animada e grata pelo convite. Espero poder inspirar e ajudar os jovens que têm um sonho ou uma vontade de fazer um curso, mas pensa que não é possível. O caminho não é fácil para ninguém, todos têm dificuldades, mas é possível superar barreiras com esforço. A gente precisa literalmente se mexer para as coisas acontecerem. O que não podemos é desistir dos nossos sonhos.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários