Família aponta falta de supervisão após morte de aluno dos Bombeiros no Náutico
Segundo parentes da vítima, o jovem Luiz França, de 27 anos, permaneceu submerso por mais de 15 minutos
Escute essa reportagem

A morte de Luiz França Ferreira Neto, de 27 anos, aluno do curso de formação do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, gerou revolta entre familiares, que denunciam negligência por parte do Clube Náutico Capibaribe.
O jovem morreu afogado no início da tarde do domingo (6), após realizar, por conta própria, um exercício de apneia, um treino autorizado - na piscina olímpica do clube, localizado no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife.
De acordo com os parentes, Luiz teria permanecido submerso por mais de 15 minutos antes de ser retirado da água. A matéria completa de Rafaella Pimentel foi exibida no Jornal da Tribuna, 1ª Edição, comando por Artur Tigre.
O socorro, segundo eles, não partiu de profissionais capacitados, mas de um funcionário da manutenção da piscina.
A ausência de supervisão e o suposto despreparo no atendimento geraram críticas à gestão do clube e levantaram questionamentos sobre a conduta no uso das dependências por alunos do Corpo de Bombeiros.
JOVEM TREINAVA SOZINHO E NÃO RECEBEU SUPORTE IMEDIATO, DIZ FAMÍLIA
Luiz França estava treinando sozinho quando desapareceu de vista. Segundo o padrasto da vítima, Jackson Nunes, ele costumava usar o espaço aos fins de semana para treinar livremente, como outros colegas do curso.
“O que me deixou revoltado foi ele passar 15 minutos debaixo d’água sem ninguém perceber. Se houvesse monitoramento por parte do clube, isso não teria acontecido”, afirmou.
A prima da vítima, Ana Regina Rodrigues, reforçou a crítica: “Ele fazia esses treinos para melhorar a capacidade de ficar debaixo d’água. O que sabemos é que não havia ninguém do salvamento no momento. Quem resgatou meu primo foi uma pessoa da manutenção, sem preparo para isso. Foi muito desespero.”
Ana Regina ainda cobrou posicionamento das instituições envolvidas: “O Náutico não deu suporte. Publicou uma nota que, num momento de dor, não serve de nada. Esperamos que o clube responda por isso e que os Bombeiros passem orientações adequadas, porque esse tipo de treino é muito sério e precisa de atenção.”
SOCORRO TERIA DEMORADO E FOI REALIZADO POR FUNCIONÁRIO
Ainda segundo a família, o atendimento médico foi acionado apenas após o resgate improvisado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou ao local, mas Luiz já estava sem vida. A família acredita que a demora no socorro contribuiu para o desfecho trágico.
O padrasto relatou que outros alunos treinavam em piscinas diferentes e não notaram o desaparecimento de Luiz. “Ele estava sozinho na piscina profunda, enquanto outros treinavam em outras piscinas. Por isso, ninguém percebeu na hora. Só notaram a ausência depois de um tempo. Mas se tivesse o monitoramento do clube isso não teria acontecido”, contou Jackson Nunes.
VÍTIMA SE FORMARIA NO MÊS QUE VEM
Aluno do curso de formação há cerca de um ano, Luiz França estava prestes a concluir a preparação para integrar o Corpo de Bombeiros. A formatura estava prevista para maio. A morte repentina interrompeu o sonho do jovem, que, segundo os familiares, era dedicado e comprometido com a carreira.
O sepultamento está marcado para esta segunda-feira (7), às 16h, no cemitério Parque das Flores, no bairro do Curado, no Recife.
CLUBE NÁUTICO E POLÍCIA CIVIL SE PRONUNCIAM
Em nota, o Clube Náutico Capibaribe lamentou o ocorrido e informou que “todos os esforços foram feitos por funcionários para prestar socorro à vítima”, mas que, infelizmente, Luiz não resistiu. O texto não menciona se havia ou não salva-vidas no momento do acidente.
A Polícia Civil de Pernambuco também emitiu comunicado, informando que está investigando o caso e ouvindo testemunhas. O inquérito deve apurar se houve negligência por parte do clube ou outras circunstâncias que contribuíram para a morte.
MATÉRIA PODE TER NOVIDADES EM BREVE
Comentários