Tributo a Dom Geraldo
Coluna foi publicada no sábado (27)
Leitores do Jornal A Tribuna
Neste 26 de julho, devotamos memória ao nosso já saudoso Dom Geraldo Lyrio Rocha, que há um ano partiu de nosso convívio. Insigne prelado oriundo da Igreja de Vitória, com um olhar eclesial peculiar e de apostólica ação, dinamizou em pastoreio a comunidade de fé, comunhão e unidade junto ao povo querido do Senhor.
De nosso Dom Geraldo Lyrio Rocha é de sumo dever discorrer de sua especial e hierárquica personalidade a marcar êxito em missão episcopal em quatro arquidioceses em expressivo ardor e vigor. Guardadas as proporções de sua hierática-litúrgica postura, nunca desabnegou de sua simplicidade e familiaridade para com todos em acolhida amiga e fraterna, próprias de sua pessoal e íntegra atitude pastoral e eclesial, desde padre e por todo o tempo de bispo, em singeleza e sociabilidade.
Capixaba da cidade de Fundão, como padre deu vida à querida arquidiocese como tantos outros padres de sua geração. Professor de Filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pároco em diferentes paróquias de Vitória, reitor do seminário arquidiocesano, foi alçado a bispo auxiliar de Vitória, primeiro bispo da Diocese de Colatina, arcebispo de Vitória da Conquista, na Bahia, e arcebispo de Mariana, em Minas Gerais.
Como presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), delegável no Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribe, também em atributos à dimensão litúrgica desse conselho para toda a América Latina, soube se alargar com sua estimável preparação formativa a integrar-se no seio da Igreja com profunda razão de ser, pois dizia e repetia sempre: “No que posso servir, aceito” o que assimilou de sua querida mãezinha, conforme afirmara múltiplas vezes.
O legado de Dom Geraldo Lyrio Rocha nas igrejas diocesanas pelas quais passou deixou marcas indeléveis ímpares em toda a extensão de Igreja afora e entre nós. Após completar seus 75 anos de vida e de se tornar arcebispo emérito de Mariana, retornou à sua amada Igreja de Vitória, sempre em disponibilidade ao serviço pastoral, e sem deixar de percorrer o Brasil inteiro, dedicando-se a pregar retiros para o clero e congregações religiosas.
Contava em sua agenda, desde janeiro a dezembro de 2023, com 90 retiros, preparando-se ainda para participar do Sínodo da Sinodalidade da Igreja em Roma, escolhido por unanimidade por todos os bispos brasileiros como delegado da CNBB. Pelos seus préstimos e em pleno e rigoroso trabalho, fez ainda a revisão das 1.054 páginas da nova edição do Missal Romano em língua portuguesa.
E dentre os retiros a pregar, foi na longínqua Diocese de Xingu-Altamira, no estado do Pará, que a irmã-morte o colheu em razão de uma fratura inesperada no fêmur a lhe causar desconforto, e à espera de uma remoção para Vitória, que não aconteceu em tempo. A Dom Geraldo, memória viva que fazemos com saudades, o nosso preito de justa, admirável e sempre feliz recordação.
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