Polarização deve influenciar eleições municipais
Coluna foi publicada na segunda-feira (03)
Estado de São Paulo
Normalmente mais ligadas à gestão das cidades e menos à conjuntura nacional, as eleições municipais deste ano devem ser influenciadas pela polarização entre o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A tese é do CEO da I3P Pesquisa, Leonardo Barreto. Levantamento feito pelo pesquisador mostra PT e PL como as siglas que mais podem crescer nas 100 maiores cidades do País. O estudo compara o resultado das eleições de 2020 com pesquisas de intenção de voto a prefeito deste ano. O PT, por exemplo elegeu o prefeito em 3% das 100 maiores cidades em 2020. Agora, lidera pesquisas em 9,48% dessa fatia, alta de 216%. Já o PL ficou com 6% dos maiores municípios há quatro anos e, hoje, tem vitória projetada em 15,36% das principais cidades, avanço de 156%.
Tendências. Entre outras siglas, a variação na mesma base comparativa foi menor ou negativa. Logo atrás do PL vem o União, do governador de Goiás Ronaldo Caiado, com 35,7%. O restante tem menos pré-candidatos a prefeito líderes nas pesquisas do que prefeitos eleitos em 2020.
Veja bem. A alavancagem oferecida pela polarização não significa, porém, um esmagamento do Centrão e da centro-direita. Apesar do fortalecimento do PT - que em 2020 ficou sem comandar nenhuma capital pela primeira vez - nesse recorte, em números absolutos a história é outra.
Voto a voto. Ainda de acordo com o levantamento, o PL está à frente das pesquisas em 13 das 100 maiores cidades do País. Depois da sigla vêm: MDB, com 11 candidatos a prefeito favoritos; PSDB, com 10; e, então, União e PT empatados com 8 cada. PSD tem 7. Outras legendas estão pulverizadas no restante dos municípios, dentro dos 100 maiores.
Bê-á-bá. O senador Cleitinho (Rep-MG) vai ensinar num curso online sua estratégia digital para quem é candidato neste ano. Ele integra a “bancada da selfie”, nome dado pelo governo a parlamentares que produzem lives do plenário após as votações.
Passo a passo. Cleitinho promete ensinar um novato na política a vencer as eleições sem recursos e sem ser conhecido apenas usando as redes. A inscrição custa até R$ 300. Na prática, a estratégia mira eleger discípulos a vereador e prefeito de olho em 2026, quando o senador deverá disputar o governo de Minas.
Vai lá. Presidente do PT, Gleisi Hoffmann disse que Zeca Dirceu tem direito de recorrer do apoio petista ao PSB em Curitiba, decidido “à luz de estratégia política”, segundo ela. O PT vê chance de vencer em Fortaleza e Teresina, e condições de ir ao 2º turno em Porto Alegre, Vitória, Natal, Manaus e Goiânia
Já volto. A reestreia, nesta segunda (03), das reuniões de coordenação política do governo Lula, após os novos reveses no Congresso, vai contrastar com o silêncio em outros cantos da Esplanada. O vice-presidente Geraldo Alckmin está na Arábia Saudita com mais seis ministros. Com o também ministro da Indústria no exterior, o Senado vota nesta terça (04) incentivos à indústria automotiva propostos por ele.
No Roaming. Já o ministro Fernando Haddad (Fazenda) vai ao Vaticano para engrossar a articulação pela taxação dos super-ricos, como antecipou a Coluna.
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Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo