Pão e circo…
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (15)
Gilmar Ferreira
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
A decisão dos clubes que compõem a Liga Forte Futebol (LFF), defendendo a imediata paralisação da Série A do Brasileiro por três rodadas, põe em risco a rodada do final de semana, por consequência o clássico entre Vasco e Flamengo, no sábado, no Maracanã. O bloco é composto por onze clubes que estão envolvidos na disputa e tem o apoio do Grêmio, seriamente afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, está na Tailândia para o Conselho da FIFA.
Paralisar o campeonato não é bom para o calendário do futebol brasileiro, já sabemos. Mas pior está sendo manter a disputa com três, dos 20 clubes envolvidos na competição, acumulando jogos adiados. Pelo lado técnico, uma decisão que fere frontalmente o espírito desportivo, porque os jogos não realizados nas datas previstas acabarão amontoados em espaço de tempo inadequado.
Ou seja: quando puderem voltar a jogar, Grêmio, Inter e Juventude terão, além de mazelas materiais, a preparação inadequada e uma logística seriamente desigual.
No aspecto humanitário, manter a bola rolando enquanto uma parte do País sofre ainda sem saber o que será da vida já foi de uma grande insensatez. Menosprezo que alguns tentaram aplacar com discursos de falsos samaritanos.
O certo teria sido já ter parado o campeonato no último final de semana para a formação de um centro de gerenciamento de crise, listando ações sociais, e medidas protetivas ao equilíbrio técnico. A paralisação por duas ou três rodadas tempo necessário para a construção de um novo plano de voo para a competição.
Era simples e emergencial. Era um gesto humanitário sem segundas intenções e demonstração firme de que o clichê “não é só futebol” serve também para momentos como estes.
A narrativa de que o prosseguimento do campeonato gera arrecadação de donativos e oferece diversão para quem sofre me faz lembrar a política romana do “pão e circo” (panem et circenses, no original em latim). E para essa gente eu tenho de fato muito pouco a dizer, pois ela não me entenderia. Principalmente sendo liderada por um “fujão” incapaz de se sensibilizar com o estado de calamidade pública.
Não à toa, o bloco liderado pelo Athletico/PR, que tem Juventude, Internacional, Cruzeiro, Botafogo, Fortaleza, Vasco, Fluminense, Criciúma, Atlético/GO e Cuiabá, recebeu a adesão do Grêmio. Futebol forte se faz com solidariedade e bom senso…
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Gilmar Ferreira, por Gilmar Ferreira
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
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Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
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