Planalto monitora “ataque especulativo” contra Jean Paul
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (21)
Estado de São Paulo
O Palácio do Planalto quer saber de onde surgiram os novos rumores de que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, seria demitido. Na terça (19), o boato foi ventilado nos gabinetes de Brasília e nas mesas de operação do mercado financeiro, prejudicando as ações da estatal negociadas na Bolsa.
Para interlocutores do presidente Lula (PT), apesar da derrota de Prates na queda de braço sobre a distribuição de dividendos da empresa, uma eventual demissão não ocorreria agora. A sensibilidade de uma troca na Petrobras, argumentam, exigiria outro “timing”. Neste momento, a ordem é enfraquecer a narrativa de que Lula faz interferências desmedidas na estatal. Prates ironizou nas redes: “Trabalho intenso o dia todo, sem olhar o telefone, e soube que já andaram me derrubando”.
Detetives. Para evitar novos ruídos, o governo quer entender se o boato foi plantado por especuladores financeiros, por inimigos de Prates ou se tentaram criar uma onda “Fica, Jean”.
Proteção. Prates conquistou um aliado de peso frente à artilharia que sofre: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O ex-prefeito virou um ponto de equilíbrio nas desavenças entre o presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que articulou a retenção de dividendos da estatal.
Encontros. Ainda sobre Haddad, o ministro esbarrou com o ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, em evento do Esfera Brasil na terça (19). Foi a primeira vez que eles se viram após a disputa pelo governo paulista de 2022, quando Garcia, terceiro colocado, apoiou Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra Haddad no segundo turno. Aliados afirmam que a conversa foi rápida e trivial.
Sobe. A secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade, cresce a cada dia dentro do partido. Na quarta-feira (20), ela representou a Executiva Nacional na tribuna da Câmara durante a sessão solene dos 44 anos da legenda. A professora de filosofia também conversa diretamente com o presidente Lula e participa das negociações petistas para as disputas municipais.
Mão amiga. O deputado federal Antônio Brito (PSD) foi quem articulou o encontro do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com a bancada evangélica. Aliados apostam que, ao fazer a ponte do governo com o setor, o parlamentar ganha pontos na corrida de bastidores pela presidência da Câmara.
Tour. O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal não abalou sua agenda de cabo eleitoral do PL. De hoje a 17 de abril, Bolsonaro pretende passar por 12 cidades brasileiras, em quatro regiões.
Deixa quieto. Em resposta a uma consulta do Supremo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, opinou por manter trancadas as ações penais contra o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), nas operações Quadro Negro e Rádio Patrulha.
Coisa minha. Gonet entendeu que o Ministério Público do Paraná não tem legitimidade para recorrer do arquivamento, já que a decisão foi tomada pelo Supremo. Para ele, essa competência é da própria PGR. Em 2023, o ministro Dias Toffoli, do STF, determinou a nulidade dos processos da Lava a Jato contra Richa.
Pronto, falei!
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