Meus demônios
Coluna foi publicada no sábado (03)
Cláudio Miranda, terapeuta de Família e Psicopedagogo Clínico
Quando falamos em demônios, muitas pessoas se assustam, se benzem, outras evitam até falar no assunto. Incorporamos a ideia dele como aquela criatura infernal, com chifres, rabo tridente e tudo mais que as religiões colocaram em nossas cabeças. E você, que ideia tem do capeta?
Aprendemos a temer o demônio e suas manifestações em nossas vidas. As religiões usaram essa imagem por séculos para amedrontar e manipular seus seguidores. Assim tiravam deles o que queriam sob ameaças e sugestões de que iriam para o inferno. Infelizmente, muitas igrejas ainda usam esse artifício para explorar os fiéis.
O mal foi personificado como algo ruim que está fora de nós. Contudo, você só aceitará e seguirá ideias maléficas e um caminho ruim, se você tiver ressonância mental e emocional com aquilo de ruim que lhe foi apresentado.
Seus demônios irão te perseguir enquanto estiver sintonizado na faixa vibracional deles.
Seus demônios estarão se manifestando quando você é o tipo que não leva desaforo para casa e se mostra como uma pessoa raivosa e briguenta.
Por pouca coisa você xinga, grita e agride a quem quer que seja: marido, esposa, filhos, pai e mãe.
Se você tem o hábito de roubar, “passar a perna” em alguém, enganar os outros em benefício próprio, o capeta estará atuando em você.
Se você se mostra uma pessoa desrespeitosa, abusiva e arrogante com familiares, funcionários e amigos, saiba que a imagem do diabo estará refletida em você.
Quando você não valoriza a vida à sua volta e coloca sua atenção apenas nos problemas e nas suas dificuldades, entenda que seu demônio interior está te impedindo de perceber seu potencial e a sua capacidade de superação de um problema.
Nossos demônios são apenas as manifestações de nossas emoções e conceitos negativos que são frutos das nossas experiencias de vida.
O mau que habita em nós podem ser fragmentos de experiências ruins, memórias traumáticas de acontecimentos vividos no passado ou que ainda estamos vivendo. Construímos uma autoimagem negativa, valorizamos os defeitos que acreditamos ter.
Sentir-se endemoniado pode ser bom, uma vez que você perceberá na própria pele o caminho equivocado que toma na sua vida. O mal se manifesta em nossas ações e atitudes na forma do ciúme, inveja, egoísmo, ganância e orgulho.
Pessoas demoníacas prejudicam e lesam o outro das mais variadas formas. Esse comportamento não tem a ver com nível de estudo ou de padrão socioeconômico. Todo mundo pode manifestar isto em algum momento, alguns a vida toda. É uma escolha, uma triste escolha.
O demônio, o diabo, o capeta são uma representação do mal que permitimos manifestar em nós.
Eles são na verdade um pensamento, uma ideia em que nos ensinaram a acreditar.
Nós, seres humanos, não somos essencialmente maus quando nos apresentamos maus. É um estágio, um momento o qual podemos sair dele e vivermos de modo harmônico e equilibrado.
Quem escolhe ter um demônio dentro de si, é você mesmo. Ser uma pessoa do bem ou do mal é uma decisão sua.
O “capeta” nada mais é que um caminho ruim que você está seguindo em direção ao seu inferno particular, pense nisso.
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